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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Fanfic - Wenn Nichts Mehr Geht


Wenn Nichts Mehr Geht


Sinopse: Quando nada mais importa; Eu serei um anjo- só pra você.Iza podia não estar mais viva, mas sua alma estava comido, tatuada em meu coração, ela era o meu anjo da guarda, como dizia a música de Bill Kaulitz. Este era minha inspiração, o motivo pelo qual estou viva, aquele que através de sua história de vida, de sua música, me incentivou a lutar pela minha, passei a estudar música, comprei um violão e uma guitarra, durante um ano fiz os cursos e me aperfeiçoei. No ano seguinte, já conseguia sorrir com sinceridade, entrei na faculdade de moda, deixei o restaurante em Magdeburg e me mudei para Berlim para trabalhar como auxiliar de criação em um ateliê, com o razoável salário que recebia, consegui comprar um pequeno apartamento, nas paredes as dezenas de posteres serviam como decoração, nas prateleiras da estante os cds e dvd's da banda descansavam, Tokio Hotel definitivamente fazia parte da minha vida.Depois da morte...um motivo para se viver!

Classificação: +18
Categorias: Tokio Hotel 
Personagens: Bill Kaulitz, Tom Kaulitz
Gêneros: Darkfic, Death Fic, Drama, Romance
Avisos: Álcool, Bissexualidade, Nudez, Sexo, Violência



Kapitel 01



Na minha vida nunca aconteceu nada de muito interessante, eu era apenas uma mulher de 23 anos que trabalhava desde os 16. Aos 19 sai da casa de meus pais, os mesmo que mataram a minha namorada,por quê? Me deixe expricar: 


Quando estudava no colégio estava super indecisa com os meus sentimentos, já havia ficado com vários garotos, afinal eu era uma garota bonita, corpo cheio de curvas, 1.80 de altura, cabelos e olhos castanhos claros, os olhos eram mais puxados para o tom de mel, andava muito bem vestida, afinal fazia faculdade de moda. Mas voltando ao assunto, no meu último ano do colégio, entrou uma menina nova na minha sala, assim que nossos olhares se cruzaram despertou em mim um sentimento que ainda não havia sentido por outra pessoa, ela era absurdamente linda, aqueles olhos azuis cor de oceano, me trazia uma paz imensa, os cabelos loiros com um perfume suave e maciez. Ela sentou-se ao meu lado, e a partir desse dia passamos a conversar por horas e em todos os lugares, ela era muito inteligênte e eu tinha uma dificuldade enorme em matemática, quando estava pró-ximo a uma prova que com certeza eu me ferraria por completo, ela se ofereceu para me ajudar com os cálculos após as aulas em sua casa, claro que eu aceitei e ela ficou muito feliz.
Quando terminava o dia no colégio, durante uma semana frequentei sua casa, ela era rica, seu quarto era digno de contos de fadas, no centro havia uma cama de casal com dossel que pertencia a sua avó no século XVIII e sempre quando entravamos no seu quarto, ela se sentava em frente a penteadeira e escovava seus fios loiros, o que fazia o doce perfume entrarem pelas minhas narinas. Quando ela começava a me explicar a matéria com toda a paciência e com uma sorriso lindo nos lábios, não conseguia prestar a atenção em uma única palavra proferida por ela, só conseguia traçar com os olhos todos os traços perfeitos de seu rosto delicado, eu ficava atordoada com o seu cheiro e a doçura de sua voz, realmente eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Até que de repente ela parou a explicação e encarou meus olhos, minha respiração ficou alterada, começamos a nos aproximar e selamos nossos lábios docemente, senti meu corpo estremecer com o simples toque, levei minhas mãos até o seu rosto e entreabrimos nossas bocas para a passagem da línguas, que se entrelaçaram e faziam uma dança sincronizada, quando o ar se fez necessário nos separamos e sorrimos uma para outra, aquele era o nosso primeiro de muitos que viriam pela frente.
Os dias foram se passando e nossa amizade crescia cada vez mais e nossos encontros amorosos também, o namoro deu inicio no meio do ano letivo, no dia de seu aniversário, para selar o compromisso lhe dei um simples anel, afinal eu não era uma pessoa rica, trabalhava como garçonete em um pequeno restaurante em Magdeburg. Éramos muito felizes namorando escondidas, afinal nossos pais não aceitavam qualquer relacionamento homossexual na família, fazíamos de tudo para que ninguém soubesse do nosso relacionamento, mas como todas a pessoas na vida tem amigos e inimigos, uma dessas pessoas que até hoje 5 anos depois, não descobri quem teve a coragem de contar aos nossos pais que tínhamos um relacionamento. Foi em uma tarde de sexta- feira, o dia estava chuvoso e muito frio, havia acabado de chegar do colégio, estava um tanto feliz por ter me dado super bem em uma prova de geografia, era uma das matérias que eu mais amava, subi para o meu quarto e encontrei meu pai sentado em minha cama segurando uma cinta nas mãos, minha mãe estava em pé encostada na parede chorando, por um instante pensei que ele havia batido nela, mas quando fui me pronunciar, meu pai se levantou da cama e começou a me bater com a cinta, tentava me esquivar, e não entendia o porquê daquilo estar acontecendo, ele me chamava de aberração e minha mãe não parava de chorar, e também não fazia questão de impedi-lo de me bater e dar uma explicação.
Quando minha pele já estava toda marcada e alguns locais do corpo já haviam marcas de sangue, ele parou de me bater, mas a raiva do meu pai não havia passado, meu corpo estava dormente e de meus olhos corriam lágrimas e mais lágrimas, quando ele saiu do quarto, minha mãe antes de fazer o mesmo, jogou no chão algumas fotos, as peguei e tive uma surpresa, nas fotos haviam duas garotas se beijando, elas eram exatamente eu e Izabela. Uma sensação ruim se apoderou se meu corpo e logo temi o pior, com dificuldade devido a dor consegui me levantar e sai do quarto, olhei pela casa e não encontrei meus pais, sai da mesma e não vi o carro na garagem, decidi ir correndo até a casa da Iza que não ficava muito longe, quando cheguei, senti uma pontada no coração ao ver uma ambulância em frente a sua casa, corri até o quarto dela e a vi estirada no chão com marcas de facas em todo o seu corpo, poças de sangue a rodeava, me ajoelhei segurando seu rosto perto do meu peito e selei pela última vez os seu lábios, ela estava morta, meu pai havia a matado.
Os policiais entraram na casa e pegaram os meus pais com as facas nas mãos e marcas de sangue nas roupas, os levaram para a delegacia e foram presos, naquele instante não fazia a mínima diferença se eles eram meus pais ou não, queria que eles apodrecessem na cadeia, a minha vida já não tinha mais sentido, o amor da minha vida tinha me deixado, tirei o anel que havia lhe dado e o guardei no bolso, seu corpo foi levado pela ambulância, seus pais não me deixaram ficar com ela. Em casa peguei as fotos do chão e as guardei dentro do meu diário. No dia seguinte aconteceu o seu velório, sua família estava lá, alguns poucos amigos, os seguranças não me deixaram entrar para lhe dar o último adeus, seu anel estava em uma correntinha pendurada em meu pescoço, olhei para o anel e desabei a chorar. Voltei andando para casa e no caminho peguei uma chuva fina, eu sentia aquilo como se fosse as lágrimas da Iza, não pudemos nos despedir, aquilo doía demais. Quando cheguei em casa, corri para o meu quarto, e me deitei na cama, precisava de um pouco de silêncio, mas meu pedido não foi atendido, na casa ao lado uma música lenta tocava, que depois deu o ar do sagrado rock que tanto gostava, a letra da música era muito bonita, não fazia a menor ideia do nome da música ou da banda, mas continuei ouvindo e me aproximei da janela para que pudesse ouvir melhor. Duas frases da mesma música ecoava pela minha cabeça durante dias:
Wenn nichts mehr geht
Quando nada mais importa
Werd ich ein Engel sein, für dich allein
Eu serei um anjo - só pra você
Os mesmos dias que não tinha vontade ir para o colégio ou trabalhar, já não me alimentava direito, a casa estava toda suja, a imprensa batia na minha porta querendo respostas do assassinato, eu não tinha forças para falar qualquer coisa. Quando a música ecoou na minha cabeça novamente liguei o computador e fui procurar a banda que tocava, com as duas simples frases, na primeira página apareceu um vídeo e cliquei no mesmo, a voz do rapaz era doce o que me impressionou muito, o show estava lotado e todos sabiam cantar, a letra era divina o que me fez chorar durante toda a atuação, uma banda formada por quatro garotos muito bonitos, mas quem me chamou a atenção com certeza era o vocalista, este tinha os cabelos lisos e negros, olhos e unhas pintadas de preto, usava vários acessórios e tinha um sorriso tão perfeito quando o de Iza, procurei por mais informações e descobri o nome de todos, o vocalista e o guitarrista são irmão gêmeos, a banda se chamava Devilish que tempos depois passou a se chamar Tokio Hotel, fundada aqui mesmo em Magdeburg, mas infelizmente nunca tinha os visto ou ouvido falar neles até aquele dia.
Conforme o tempo foi passando, ia adquirindo mais conhecimento sobre a banda e passei a ser fã da mesma, comprei todos os cds e dvd's lançados, voltei a estudar e ao trabalho, suas músicas haviam me motivado a continuar com a minha vida, Iza podia não estar mais viva, mas sua alma estava comido, tatuada em meu coração, ela era o meu anjo da guarda, como dizia a música de Bill Kaulitz. Este era minha inspiração, o motivo pelo qual estou viva, aquele que através de sua história de vida, de sua música, me incentivou a lutar pela minha, passei a estudar música, comprei um violão e uma guitarra, durante um ano fiz os cursos e me aperfeiçoei. No ano seguinte, já conseguia sorrir com sinceridade, entrei na faculdade de moda, deixei o restaurante em Magdenburg e me mudei para Berlim para trabalhar como auxiliar de criação em um ateliê, com o razoável salário que recebia, consegui comprar um pequeno apartamento, nas paredes as dezenas de posteres serviam como decoração, nas prateleiras da estante os cds e dvd's da banda descansavam, Tokio Hotel definitivamente fazia parte da minha vida.


Kapitel 2




5 anos depois...
Já havia terminado a faculdade de moda e continuava a trabalhar no ateliê, o salário aumentou, comprei meu carro e todos os dias saia pela manhã e fazia o mesmo trajeto até o trabalho, o elevador do prédio era sempre lotado por clientes que procuravam pelos melhores cortes, já conseguia produzir e vender minha próprias criações, era elogiada e reconhecida pelo trabalho bem feito, minha vida havia melhorado muito. Meus pais, esses foram libertos porém nunca mais me procuraram e muito menos eu, a eles. Durante todos esses anos não havia tido qualquer tipo de relacionamento amoroso, todos esses anos passei sozinha, e acredite nem beijos rolavam, e eu era feliz assim, ainda sentia a presença da Iza, ela não tinha me abandonado, e muito menos Bill Kaulitz e sua banda, suas musicas passaram a ser melhor do que eram, mas infelizmente devido a sobrecarga do trabalho não consegui ver um único show até hoje, lamentável.


Até que um dia, mais precisamente em 6 de Novembro de 2009 aconteceria a premiação do EMA em Berlim, a emoção tomou conta de mim, finalmente poderia conhecê-los, ao menos ver uma apresentação e ouvir um breve discurso de agradecimento vindo de Bill. Mas a produção estava em alta no ateliê e não podia faltar ao trabalho, e mais um vez perdi a chance de vê-los ou não.
No dia da premiação, assisti tudo pela TV e eles estavam encantadores e haviam ganho o prêmio da MTV, depois que sai do ateliê, muitos fãs da banda voltavam para suas casas, muitos gritavam e choravam de emoção por ter os visto de perto, assim entrei no carro e dei a partida, demorei cerca de duas horas para chegar em casa, pois havia passado no mercado e comprado algumas coisas, e o trânsito também não ajudou muito. Estacionei o carro da garagem do prédio, peguei as sacolas de compras, minha bolsa e entrei no elevador, apertei o número do meu andar e subi, após sair do mesmo, andei pelo corredor e como estava com a cabeça no mundo da lua, pela premiação emocionante, não havia notado um corpo desmaiado na frente da porta do meu apartamento, só fui perceber quando havia tropeçado e quase caído com as sacolas no chão.
Olhei para o ser estirado e tive a maior surpresa da minha vida, minha primeira reação foi gritar "Oh Meine Gott" eu reconheceria aquele rosto em qualquer parte do mundo, o moicano e a maquiagem perfeita, as roupas que usava era as mesmas do EMA, mas por qual razão ele estaria ali? não deveria estar com a banda comemorando?
Abaixei-me para encará-lo, ele estava incrivelmente lindo, toquei sua face e estava gelada, mais uma vez temi o pior, e meus olhos marejaram, Deus não seria justo comigo em tirar a vida de mais uma pessoa que eu amava, seria? Sim eu amava Bill, ele mudou a minha vida, me fez superar todas as dificuldades, ele era o único homem que poderia me fazer feliz de novo. Pousei minha cabeça em seu peito e pude ouvir seu coração batendo normalmente, suspirei aliviada, sua boca estava entreaberta, me aproximei e pude sentir um cheiro forte de álcool, sabia que ele bebia, mas acho que dessa vez ele ultrapassou os limites.
Não poderia deixá-lo ali sozinho, me levantei, abri a porta do apartamento, deixei as sacola em cima do balcão na cozinha, tirei as almofadas de cima da cama e voltei para o corredor, Bill pode ser magro mas seus ossos eram muito pesados, com alguma dificuldade devido ao seu tamanho, o carreguei parecendo uma noiva, entrei no apartamento e o repousei na cama, tirei seus sapatos e fiquei o admirando, sua beleza andrógina é fascinante, seus lábios carnudos era tentador, vê-lo deitado em minha cama era um convite ao pecado carnal.
Ao mesmo tempo que tinha vontade de tirar todas as sua roupas e jogá-lo em baixo da água fria, tinha medo de despertá-lo e ele se assustar e acabar por ir embora, optei por deixá-lo dormindo, apenas tirei sua maquiagem com muito cuidado para não acordá-lo, pois sabia que ele não gostava de dormir com a maquiagem, e o mais impressionante é que ele ficava ainda mais belo sem a pintura.


Já que não tinha o que fazer com ele, bem tinha mas não poderia me aproveitar de um ser bêbado e desmaiado, fui tomar um banho, coloquei um pijama, preparei alguma coisa para comer, guardei todas as sacolas de compras e fui assistir uma pouco de TV, e Bill continuava a dormir, acho que alguém deu um "Boa noite Cinderela" nele, quando me cansei da TV, já estava com sono e agora que as coisa haviam se complicado, Bill ocupava metade da cama, e eu não poderia dormir junto com ele, vai que ele acorda no meio da noite e pensa que transamos, ia ficar meio tenso a situação, a outra opção era dormir no sofá, que não era lá muito confortável, mas era o único lugar para se dormir.
Na manhã seguinte eu estava acabada, não dormi nada bem preocupada com o Bill e devido as dores do corpo por ter dormido de mal jeito, fiz minha rotina diária de higiene, preparei o café e nada do Bill acordar, estava ficando desesperada com o ele apagado na minha cama, novamente chequei as batidas do coração e estava normal, dei uma batidas de leve no seu rosto e nada acontecia, estava com medo de deixá-lo sozinho pois tinha que ir trabalhar, procurei em sua carteira algum número que pudesse ligar e pedir ajuda, mas não encontrei nada, a não ser uma camisinha, cartões de créditos e algumas notas, sinceramente acho que todo esse drama do Bill em dizer que está sozinho a vários anos é mentira, pois se não, ele não andaria com camisinha, isso é coisa do Tom, ah mas sei lá, cada um tem a sua vida e faz dela o que bem entende, mas acho que ele tranza por ai sim.
Aproveitei que Bill estava deitado meio de lado na cama e procurei nos bolsos o seu celular e por sorte achei e a agenda não tinha senha, procurei pelo número do Tom e liguei, poucos segundos ele atendeu.
Tom: Diga Bill.
_ Tom...olha não é o Bill...
Tom: Mas como? Esse é o número do Bill, quem está falando? - Ele parecia estar nervoso.
_ Não importa quem eu sou, achei o Bill desmaiado na porta do meu apartamento e preciso de ajuda.
Tom: O que aconteceu com ele? Quem é você?
_ Ele bebeu demais, será que pode vir buscá-lo por favor, estou preocupada pois ele não acorda.
Tom: Se você fez alguma coisa com ele, não me responsabilizo pelos meus atos.
_ Calma, vou te passar o endereço e você vem buscá-lo.
Passei todos os dados a ele, e em seguida encerrei a chamada, terminei de me arrumar e se caso o Bill acordasse escrevi um bilhete e deixei em cima da cama, não iria esperar pelo Tom, pelo jeito como ele falava ao telefone estava nervoso demais, e eu poderia sofrer as consequencias. Sai do apartamento, tranquei a porta e deixei as chaves na recepção, se alguém perguntasse por mim ou pelo homem desmaiado, assim como deixei avisado, poderia autorizar a entrada, entrei no carro e fui trabalhar.


Kapitel 3



Bill

Minha ansiedade tinha acabado e o prêmio de melhor grupo do ano já estava em minhas mãos, só restava comemorar, para isso existem as festas depois da premiação, não ligava se tinha mulheres bonitas, fãs e fotógrafos no local, queria mais era beber alguma coisa forte e esquecer que eu era famoso naquele instante, tanto que eu achava que não havia bebido demais, ou enchi a cara completamente? Sabe que as vezes ser famoso é muito bom, mas tem dias que preferia nascer de novo e ser uma pessoa normal, não ter que dar explicações sobre sua vida pessoal, ou sobre algum escândalo que aconteceu na noite passada, para aquele bando de repórteres. Meu sonho sempre foi de ter uma banda e viajar pelo mundo conhecendo vários países, mas também gostaria de ser apenas um simples estilista de Magdeburg.
Estava sentado em um dos banquinhos do bar pedindo para o garçom me servir algumas bebidas, fazia descer garganta abaixo e não estava ligando se o gosto era ruim, ou se rasgava a pele quando o liquido descia. Quando estava me sentindo um pouco tonto, resolvi parar de beber, andei pela festa e vi os meninos se divertindo, dançando com algumas garotas, o Tom já estava grudado em uma morena, aquela era o alvo da noite. De repente senti um arrepio na espinha e uma pequena luz entrou no meu campo de visão, parecia uma miniatura de uma garota, muito parecida com a Sininho do Peter Pan, chacoalhei a cabeça e a luz ainda não havia sumido, pensei até que fosse um vagalume, mas ela continuava a me perturbar. Decidi sair da festa, e andar por ai, alguma coisa me dizia que eu tinha que seguir aquela pequena luz e assim fiz, sai pro mundo, não fazia ideia de onde eu estava indo, Tom e os outros não estavam comigo, talvez tivessem se esquecido de mim. Eu estava tendo alucinações, a Nena estava na minha frente e eu queria beijá-la, e quanto mais me aproximava, ela ia desaparecendo até que evaporou feito fumaça.
Caminhando pelas ruas vazias de Berlim, o que deveria ser um milagre já que não havia um ser humano a minha volta, apenas sentia uma brisa gelada e ouvia o vento passar pelas fissuras das folhas das árvores, continuei seguindo por ruas estreitas e escuras guiado apenas pela pequena luz, que com os passar dos minutos ia crescendo e já era possível identificar que aquele pequeno ser era definitivamente uma garota.
Aquilo era muito estranho, realmente eu estava muito bêbado e tendo alucinações, o tempo ia passando e a noite ficava cada vez mais gelada chegando ao ponto de começar a me aquecer passando as mãos sobre os braços. O raio de luz que me guiava era um anjo, tinha absoluta certeza, uma linda garota de pele alva e olhos azuis, cabelos lisos e loiros, uma beleza fascinante, certamente que não tinha asas, mas eu vi era um anjo. Ela sorriu e me guiou até um prédio, abriu as portas e senti como se ela me dissesse "Entre, você estará protegido ai", pois bem, entrei e caminhei até o elevador, apertei um número qualquer e subi, quando o mesmo se abriu, havia um extenso corredor, caminhei por ele sozinho, a luz tinha desaparecido levando embora a imagem da garota, mas uma voz ecoava na minha cabeça dizendo para que eu parasse em frente a uma porta, fiquei surpreso ao ver o número do quarto "483" o mesmo número que deu nome ao nosso segundo albúm, de repente uma dor muito forte se apoderou da minha cabeça, fiquei zonzo e acabei por desmaiar em frente aquele quarto.
Não sei por quanto tempo fiquei desacordado e quando sentia que poderia abrir meus olhos e me levantar, meus comandos não me obedeciam, não conseguia me mover, falar e nem abrir os olhos, apenas podia ouvir passos vindo em minha direção, senti alguém me chutando, achei que pudesse ser alguém do prédio imaginando que eu fosse uma espécie de mendigo, afinal eu deveria estar fedendo a álcool. Foi apenas um chute e um breve silêncio foi quebrado por um grito feminino de "Oh Meine Gott", senti a pele do meu rosto gélido devido ao frio, sendo tocada por uma pele macia e quente, logo após meu peito foi tocado, parecia que a pessoa estava tentando ouvir meu coração, certificando- se que não estaria morto, um bafo quente se aproximou perto da minha boca e tinha cheiro de hortelã, outro arrepio possuiu meu corpo e desta vez foi mais forte e por mais estranho que poderia ser, não me sentia com medo ou ameaçado.



Ouvi a porta do quarto sendo aberta e o barulho de sacolas plásticas sendo carregadas, em seguida os passos se distanciaram, mas logo voltei a ouvi-los, senti os braços enlaçando minhas costas e as pernas, senti a ofegar ao tentar me levantar por mais que fosse magro, um perfume suave entrou pelas minhas narinas e me deu uma sensação boa, meu corpo estava flutuando e logo após, ele pousou em um lugar macio, fiquei imaginando se não seria um colchão, um vento frio passou pelos meu pés ao sentir que meus sapatos foram retirados. Alguns minutos em silêncio por parte da garota, mulher ou outro ser que definitivamente não sabia o que era, ouvi seus passos se aproximar do lugar em que eu estava deitado, senti o colchão afundando e um cheiro familiar próximo ao meu rosto, era o mesmo cheiro de removedor de maquiagem que Natalie usa em mim, a pessoa estava limpando o meu rosto com muita delicadeza.

Durante todo o tempo que fiquei ali, senti cheiro de comida, sabonete e ouvi alguns risos marotos da pessoa enquanto a TV estava ligada, estava me sentido como uma pessoa com deficiência visual e impossibilitado de fazer qualquer movimento, mas meus sentidos estavam ficando apurados, meu corpo foi coberto por uma manta quente e assim pude dormir, pois nenhum outro barulho estranho se ouvia, apenas a respiração calma da pessoa que cuidava de mim. Durante a madrugada consegui me mover lentamente e me acomodei no colchão da forma como sou acostumando a dormir. Quando acordei senti uma brisa quente sobre o meu rosto, pensei que conseguiria me mexer e abrir os olhos, e todo o esforço que eu fazia era inútil. Novamente senti a pessoa encostando no meu peito ouvindo meu coração, e meu rosto sendo tocado pelas mãos quentes, depois os bolsos da minha calça foram vasculhados, logo depois ouvi a voz feminina falando ao telefone, levei um susto ao ouvir o nome do Tom ele deveria estar desesperado devido ao meu sumiço, ela não revelou o seu nome mas deu o endereço ao Tom para vir me buscar, pelo menos a pessoa estava me tratando bem e se preocupava comigo. Um tempo depois ouvi a porta sendo trancada, "por que ela estava indo embora?" Eu não queria ficar ali sozinho, ainda mais sem poder me mexer, vai que aconteça uma terremoto, ou o prédio pegasse fogo, eu iria morrer, sem poder ver minha família, amigos e a pessoa que estava cuidando de mim. "Será que ela ia voltar"?

Algum tempo depois de tanto me esforçar para conseguir me mexer, finalmente meus movimentos voltaram e pude abrir os olhos e me levantar da cama, a minha primeira reação foi de ir até o banheiro, estava realmente necessitado, olhei em volta e tudo era super fofo, as paredes do boxer eram revestidos de pastilhas azuis, tinha um espelho médio, pousei minhas mãos na bancada da pia e me observei no espelho, ela tinha tirado toda a minha maquiagem, me lembrei da suavidade de suas mãos e sorri de canto, abri a torneira lavei as mãos e o rosto, voltei para o quarto e sobre a cama havia uma folha de caderno, o peguei, abri e comecei a ler:
Olá Bill kaulitz!
Espero que esteja bem e não esteja assustado por se encontrar em meu apartamento, não tenho ideia de como você foi parar na minha porta, fiquei muito preocupada com você mocinho, não faça mais isso ok? Tudo aconteceu ontem a noite, depois que sai do meu trabalho e voltei para casa carregada de sacolas, me desculpe se sua perna doí, não o vi deitado no chão e o chutei, foi sem-querer acredite.


Levei um susto ao te ver desmaiado, você deve ter bebido muito para se encontrar naquele estado, nunca gostei que você bebesse, faz mal a saúde sabia? Pois bem, você pode ser magro mas é bem pesado, tive uma certa dificuldade para te carregar até a minha cama, espero que tenha gostado do colchão, ele até que é bem macio, em vista do sofá duro que tive que dormir essa noite para não o incomodar e você pensar que passamos a noite juntos. Apesar de eu ter uma queda por você, ou melhor um abismo, isso não me dá o direito de abusar de uma pessoa bêbada.

Se quiser tome um banho e coloque algum moletom que encontrar no guarda roupas, talvez fique um pouco grande em você, afinal eu sóu uma mulher e possuo curvas. Na geladeira tem refrigerante, mas é de laranja e não reclame, nem todo mundo é viciado em Coca-Cola como você, tem alguns pedaços de bolo de morango que eu mesma fiz, e macarronada na tigela verde, é só esquentar no micro-ondas, acho que você consegue se virar sózinho enquanto o Tom não chega, sim eu liguei para ele, e se houver uma próxima vez, vou xingar tanto, ele me tratou com uma certa indiferença.

Fui trabalhar, afinal não tem ninguém que me sustente, a não ser eu mesma.

Foi um prazer ter te conhecido apesar de ter sido dessa forma inusitada. Parabéns pelo prêmio que ganhou ontem, vocês merecem, já deve ter reparado que sóu fã de vocês, pela parede cheia de posteres da banda.
Se cuida.
Küsses

Terminei de ler a carta e sorri mais uma vez, não sei por que mas gostei da forma como ela escreveu, não foi aquela loucura que sempre leio nas cartas que recebemos das fãs, foi como se a minha mãe tivesse escrito avisando que iria viajar e que era para que eu e Tom nos cuidasse-mos enquanto ela ficasse fora. Andei pelo apartamento observando os detalhes, apesar de pequeno era aconchegante, tudo muito bem arrumado e cheiroso, olhei os posteres na parede, procurei por uma caneta e assim que achei assinei em um pedaço liso agradecendo pelos cuidados e pelo carinho de fã.


Olhei o criado-mudo ao lado da cama e tinha um porta-retrato com uma foto de duas garotas se beijando, ambas tinham a pele alva, mas uma era loira e outra tinha os cabelos castanhos, parecia ser muito bonitas. Senti meu estômago reclamar devido a fome, e fui para a cozinha, abri a geladeira, peguei a tigela de macarrão e coloquei no micro-ondas para esquentar, peguei o refrigerante e fechei a geladeira, peguei o prato, copo e os talheres no armário, me servi e comecei a comer assistindo TV.
(3º Pessoa)
Enquanto isso...
Um enorme desmoronamento aconteceu em um dos sentidos da estrada, abrindo uma grande cratera. Tom estava no carro desesperado devido ao grande engarrafamento de carros, estava indo buscar o irmão que uma estranha havia lhe informado que estava bêbado e desmaiado em seu apartamento.

No outro lado da cidade, a garota estava dirigindo seu carro em direção ao ateliê, quando chega ao local e percebe que esqueceu as chaves e um pouco irritada decide voltar para o apartamento para buscá-las, chegando lá...
Continua...

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