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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Fanfic - Amor, Sexo e Fotografia - Capítulo 25 - No Boundaries!



Pov Any

O voo foi super tranquilo, afinal eu dormi o tempo inteiro, principalmente quando chegamos na área que tradicionalmente possui mais turbulências, morria de medo antes, mas agora nem tanto, a Quim que estava sentada ao meu lado, estava calma, mas ainda sim agarrava o meu braço. Faltando uma hora para chegarmos em São Paulo, depois de um longo voo de 11hr 50m, isso por que foi sem escala, foi dado início ao serviço de bordo para o café da manhã. Foi servido um pão recheado com queijo, biscoitos e café/leite. Um ponto negativo foi que calcularam mal o tempo para servir, e não deu tempo de servir o café a todos os passageiros, pois o voo já havia iniciado o procedimento de pouso.


Desembarcamos em Guarulhos, e o clima estava ótimo, fazia um sol lindo, e o ar não estava tão pesado, após o check-in, pegamos nossa malas e fizemos um lanche na lanchonete do aeroporto, e quando estávamos saindo eu estava um pouco distraída e acabei tombando com um garoto derrubando a minha bolsa do chão, me abaixei para pegá-la, mas ele se adiantou e pegou-a pra mim. Quando ele se levantou, eu não podia acreditar em quem estava diante de mim, meu melhor amigo virtual, um garoto lindo e sensual que todas as noites depois que eu chagava da escola, ele estava me esperando no orkut, para conversarmos durante umas três horas, falamos de tudo, e esse garoto é muito safado, só com suas palavras agente sente um calor, é tão excitante falar com ele. Olhei em seus olhos e perguntei:

_ Best?

_ Any? - Seu sorriso lindo se abriu.– Caramba...finalmente nos encontramos.

_ Eu que o diga. - Estava paralisada, fiquei pensando no que iria dizer.– Então o que faz aqui?

_ Eu vim me encontrar com a Kah. E pelo jeito tive muita sorte de encontrar mais um amor da minha vida.

_ Estou feliz por te encontrar e a Quim está aqui comigo também.

_ Sério? - Procurou ela pela lanchonete. Cadê ela?

_ Acho que deve ter ido ao banheiro. Mas e ai, não vai me dar um abraço? - Disse abrindo os braços. Ela se aproximou e nos abraçamos fortemente, como esse menino é gostoso.

_ Agora eu quero um beijo. - Disse se aproximando de mim, e eu me afastando, apesar da louca vontade de beijá-lo, mas eu sou fiél ao Bill não posso fazer isso.

_ Eu não posso.

_ Por que? - Perguntou incrédulo. - Nós sempre desejamos isso.

_ Eu sei, mas eu estou namorando.

_ Isso nunca foi problema pra você Any.

_ Mas agora é diferente, namoro uma pessoa que sempre sonhei em estar junto, eu o amo demais.

_ Eu não acredito que estou diante da garota que tenho meus melhores sonhos eróticos, e não vou poder fazer nada.

_ Me desculpa Best, vou te explicar tudo o que aconteceu ok?

Ele assentiu com a cabeça e voltamos para a lanchonete, escolhemos uma mesa, fizemos os pedidos e começamos a conversar, ele é encantador demais, não é a toa que eu o amo, mas agora á apenas amor de amigo, fui apaixonada por ele, o desejava todas as noites, mas como ele morava muito longe, não podíamos fazer nada ao não ser, ficar conversando durante a madrugada sobre os nossos desejos. A cada dia que se passava nossa amizade ia crescendo cada vez mais, não falávamos apenas de sacanagem, mas também nos aconselhava-mos, contava como tinha sido nosso dia na escola e no trabalho, todo dia era um assunto diferente, e comecei a sentir uma admiração muito grande por ele, até um dia me declarei, e foi por depoimento, me confessou que ficou muito surpreso com a minha atitude, e seguimos nossa rotina.


Até que um certo domingo a tarde, por impulso entrei no orkut e ele me chamou pra conversar, mau sabia que aquele poderia ser nossa última conversa, recebi um depoimento dizendo que ele ia embora da cidade por problemas familiares e deletaria a conta do Orkut, o único meio de nossa comunicação, entrei em desespero, chorei muito, implorei para que ele ficasse, mas não adiantou, ele foi embora mesmo e não tive mais contato com ele. Chorei durante semanas, até aceitar que ele não apareceria mais no meu perfil, não veria mais aquela janelinha aparecer escrito "Best?", todas as noite esperava por ele, e fiquei um bom tempo sem entrar no Orkut, mas consegui superar e voltar a minha vida normal.

A Quim apareceu na lanchonete e ficou muito feliz por ter encontrado o Best também, ele queria beijá-la, mas ela disse que também estava namorando, e ele ficou mais triste ainda por não poder saciar o seu desejo com o seu terceiro amor. Contei tudo, mas tudo mesmo sem deixar escapar um detalhe do que aconteceu nos Estados Unidos, pela cara que ele fazia, estava muito surpreso mas parecia não acreditar muito no que estava ouvindo, então mostrei a minha tatuagem, a do Bill, a foto lá no estúdio do Miami Ink, nossas fotos juntos e da Quim com o Tom, até que ele conseguiu acreditar e ficou muito feliz por eu estar feliz, ele sempre me disse essa frase: "Se você estiver feliz, eu vou estar feliz". Depois de termos conversado por horas, chegou a hora de nos despedirmos, e seguir cada um para o seu canto, peguei o seu número de telefone e na mesma hora me lembrei de ligar para o Bill, e assim fiz. Falei que a viajem foi tranquila e que eu estava bem e feliz por ter voltado pra casa. Quim e eu fomos até o ponto de táxi conseguimos um que nos levou até a rodoviária, dali pegamos um ônibus até a rodoviária de Atibaia.

Seis meses depois de andar apenas de táxi, estava com saudades de encarar aqueles bancos duros do circular "Esmeralda", mais uns 15 minutos chegamos em nosso bairro, a Quim desceu no ponto dela, e eu segui por mais 5 minutos no ônibus, até descer no meu ponto, olhei bem para todas as montanhas que me rodeavam, a fazenda que quando criança entrava para roubar goiaba, "velhos tempos"- Pensei comigo mesma.


As duas pistas que estão a minha frente continuam a mesma calmaria de sempre, queria atravessá-la mas como estava cheia de malas ficaria complicado ter que pular guard rail, decidi dar a volta e passar por de baixo de um túnel que continua cheio de lama, subi por uma improvisação de escada que fica no morro e sai no outro lado da pista, caminhei ao lado dos carros e cheguei até a estrada de terra, até ficar de frente para o portão branco da minha casa. Estava com o cadeado fechado e estranhei muito isso, pois geralmente o portão é trancado quando os meus pais saem ou a noite, subi no muro e consegui pegar as chaves e abri o cadeado, afastei o portão, peguei as malas e desci a rampa, olhei na garagem e o carro do meu pai e do meu irmão não estava lá.

Que saudade estava dessa chácara, de olhar na fazenda ao lado e ver os avestruzes de acasalando, ou simplesmente ficar contando quantos carros entravam no motel a alguns metros de casa. A porta da sala não estava trancada, e os mesmo moveis estavam lá, entrei e tudo continua do mesmo jeito que deixei, coloquei as malas perto do sofá, olhei na cozinha e não tinha ninguém, fui para o quarto dos meus pais e as portas do guarda roupas estavam todas abertas sem-nenhuma peça de roupa dentro, já estava ficando preocupada, "Onde eles tinham de metido? Caminhei até o meu quarto, abri a porta e estava tudo arrumado, os posteres na parede, o computador no mesmo lugar, mas tinha um papel colado com durex na tela do monitor, o peguei e me sentei na cama para começar a ler e cair no choro.

"Filha, se você estiver lendo esse bilhete é por que já não moramos mais nessa casa. O motivo? seu pai, sim nos separamos e agora é pra valer. Já não estava mais aguentando tanto sofrimento, depois que você foi embora as brigas se tornaram piores, ele até ameaçou de me bater. Sempre te disse que quando você fosse maior de idade, iria me separar dele, mas não consegui deixar você e seu irmão, aguentei por mais dois anos, mas agora chegou ao meu limite, eu nunca amei o seu pai e com certeza ele também nunca me amou. Combinamos em deixar a casa para você, faça o que quiser dela, venda, alugue-a, vá morar em outro lugar. Seu irmão está cuidando dela e dos animais, a Dana está comigo, seu pai levou o Mil, os outros gatos estão no canil, separado dos cachorros, vendemos muita coisa, mas sei que você tem capacidade de se virar sozinha, te criamos para o mundo, com muito amor e carinho, nós te amamos nunca se esqueça disso. Estou na casa da sua tia e você sabe o endereço, tem o telefone dela também. Já o seu pai não sei onde ele foi morar. Seus outros irmão se casaram e foram morar em outras cidades. O Lu vai ficar morando com você, já que não quer namorar ninguém, ele prometeu que vai te ajudar em tudo. Eu amo muito vocês, e qualquer dia eu apareço pra te visitar. Deus te abençoe e te proteja."
Um grande abraço.
Mamãe.

Por que tinham que ir embora justo agora? Eu crente que encontraria toda a família reunida, todos felizes, e me deparo com uma situação dessas, eu sei que meus pais sempre brigavam e tinha consciência de que isso um dia ia acontecer, mas podiam ter me avisado de outra forma, ou ter me esperado voltar para contar que iam se separar, meus irmãos se casaram, e nem pude ir ao casamento, se me amassem tanto como dizem não fariam isso comigo, queria tê-los visto entrando na igreja, ter ido as festas, agora estão em outras cidades, parece que eu não existo na vida deles.

Agora a casa é minha, mas vou ter que morar com meu irmão que nem me dou muito bem, brigamos feito gato e cachorro, com certeza isso não vai dar certo. E ainda por cima o meu trabalho é na capital e não aqui, vou ter que alugar outro apartamento, "O que eu faço com a casa agora?" Preciso ir até a farmácia onde meu irmão trabalha, mas antes vou me arrumar por aqui, não acredito que vou ficar sozinha justo agora. Desfiz as malas guardando as roupas limpas e separando as sujas para colocar na máquina de lavar, separei algumas peças e fui tomar um banho quente, pensei que ficaria muito feliz por estar em casa novamente, mas sem-minha mãe aqui vai ser difícil. Liguei o chuveiro, a água estava morna, caia suavemente sobre a minha pele, o sabonete deslizava com carinho, nesse momento intimo e tranquilo, comecei a cantarolar e lembrar de como a minha mãe ficava zangada comigo por cantar no chuveiro e esquecer do tempo, me dei conta que tomar banho sozinha agora é chato, me acostumei a tomar banho junto com o Bill e agora me faz muita falta o seu corpo junto ao meu.

Terminei o banho e me troquei no banheiro, mesmo sabendo que não tinha ninguém em casa, pois aqui tem que obedecer a regra de só trocar de roupa no banheiro, pois se caísse a toalha, a casa também caia. Voltei para o quarto coloquei um tênis, fiz uma maquiagem leve e modelei os cabelos. Fui para a cozinha, abri a geladeira e não tinha nada, os armários estavam todos vazios, ótimo vou ter que fazer compras também. Sai da casa indo em direção ao canil e meus olhos lacrimejaram ao ver os meus bebês pulando e miando de alegria, fiz carinho em todos e matei a minha saudade deles, troquei a água e dei comida. Na garagem encontrei uma bicicleta azul que meu pai sempre usava para andar por ai, e era essa mesma que usaria pra ir até o meu irmão.


Peguei um mochila e a carteira no quarto, tranquei as portas e sai da casa, tranquei o portão também, subi na bicicleta e comecei a pedalar, desci a viela cheia de buracos e cheguei até a estrada de terra, estava vazia como sempre esteve, pedalei cerca de 20 minutos por 2 km até chegar no Tanque o bairro onde a Quim mora, eu moro perto do Esmeralda. Chegando na pracinha, vi que a moto do meu irmão estava estacionada em frente a farmácia, desci da bicicleta e a deixei encostada no muro, entrei no local e o dono estava atrás do balcão conversando com ele e mais dois garotos, me aproximei e ele ao me ver fechou a cara, não esperava outra reação, sempre foi assim. Ele saiu de trás do balcão e veio em minha direção, me pegou pelo braço me levando para a calçada e perguntou:

Lu: O que você está fazendo aqui? Já não lhe disse que não gosto que as pessoas me vejam com você?– Se alguém visse a expressão de raiva dele com certeza sairiam correndo, mas como já estou acostumada.

Eu não estou nem ai para o que as pessoas vão pensar, só quero saber como e quando aconteceu a separação.

Lu: Em casa agente conversa. – Ele se virou e estava voltando para a farmácia, mas parou de andar e olhou pra mim. - Voltou pra ficar?

Não! Em janeiro eu vou pra São Paulo trabalhar lá. Não se preocupe, não vou ficar morando com você. - Disse dando os ombros, pegando a bicicleta.

Lu: Eu senti saudades. - Juro que me deu uma vontade de chorar, mas me controlei.

Eu também.

Subi na bicicleta e comecei a pedalar em direção ao mercado, chegando lá fiz um compra generosa, algumas coisas levei na mochila e as caixas pedi para entregar em casa. Aproveitei que estava perto da minha escola e fui visitá-la, dois anos depois de ter me formado a escola ainda estava muito sem graça, não fizeram uma quadra decente, o estacionamento é precário e a cor está horrível, mas apesar de tantos defeitos, foi a única escola que estudei e passei os melhores anos da minha vida, os melhores amigos encontrei aqui, não trocaria isso por nada. Subi aquele morro enorme, que de segunda a sexta, seja de dia, a tarde ou a noite matava a todos que tinham que subir por ele pra chegar na escola, senti falta dele e da escadinha eu descia para pegar o ônibus as 22:55 e dar aquela volta enorme no outro bairro pra chegar em casa, e não ter perigo de sofrer um acidente atravessando a pista.

Os anos passam tão rápidos que se agente não aproveitar cada segundo, tudo se perde, tentei aproveitar ao máximo a minha vida aqui, mas deixei muita coisa sem fazer, não pude dizer a todas as pessoas que esteve ao meu lado o quanto eu os amava, muitos deles não sei por onde andam, e desejaria do fundo do meu coração poder encontrá-los um dia e dizer que eles são muito especiais pra mim. Continuei andando pelos corredores da escola, olhando todas as salas cheias de alunos, e eu estava me vendo no lugar deles, junto com os meu amigos e professores, lembranças maravilhosas se passaram pela minha cabeça, e não pude controlar a emoção, algumas pessoas da direção eu não conhecia, mas a Dona Márcia estava lá, sempre com aquele sorriso no rosto e o cabelo bagunçado, sempre ajudou a mim e meus amigos em tudo que precisávamos, as vezes ela era bem chata, mas não recusava a ajudar. Lhe dei um grande abraço, disse que a amava e agradeci por ela fazer parte da minha história.

Voltei para casa, e em poucas horas o carro do supermercado chega e entrega as compras, guardei tudo da mesma forma que fazia antes, tudo por ordem alfabética e por peso, mania estranha eu sei, mas eu gosto de organizar as compras assim. Quando anoiteceu, fui preparar o jantar, tomei mais um banho e alimentei os animais, depois que acabou a novela das 19:00 meu irmão chegou, tomou o seu banho e jantou comigo, conversamos civilizadamente, me contou tudo o que aconteceu nesses quase seis meses que fiquei fora, e eu contei sobre os meus trabalhos e viagens que fiz, disse que estou namorando, mas não disse com quem e muito menos o meu caso com a Bárbara, ele como o resto da minha família não precisa saber que fico com mulheres.


Assim os dias foram se passando, minha convivência com meu irmão estava razoável, tinha dias que era um amor só, nos outros a casa caia, duas pessoas bipolares dividindo o mesmo espaço não ia dar certo.

O Natal chegou e finalmente encontrei a minha mãe, comemoramos juntas com um belo almoço, tive contato com meu pai apenas por telefone, o mesmo foi com o Bill que estava morrendo de saudades, durante a noite eu chorava sentido a falta dele e minha mãe me consolava, ela aprovou de imediato o meu namoro com ele, ela sempre gostou dele, diz que ele é um dos homens mais bonitos e bem cuidado que ela já viu. O Ano Novo também passamos juntas, mas dessa vez o Bill estava na webcam e pela janela do meu quarto ele pode ver a queima de fogos, e brindamos com champagne, apesar de ele estar bem distante, ficava feliz por ter contato com ele todos os dias.
Pov Bill.

Meu amor partiu para o Brasil e Tom e eu também partimos, mas para a Alemanha passar o Natal com a minha família, como em todo o país, temos também as nossas tradições. Aqui as coisas são o seguinte, o tempo de Natal (Weihnachtzeit) na Alemanha começa com o período de Advento ( O Advento é o tempo que antecede o Natal, por isso, para os cristãos, é um tempo de preparação), ao final do mês de Novembro, no 4º domingo antes da festa. Nessa época do ano, acontecem os conhecidos Weihnachtsmarkt, (Feiras de Natal), que encantam as noites frias de inverno no oeste europeu, e a maioria permanece até os dias 23 ou 24 de Dezembro. É frequentemente um ponto de encontro entre amigos e familiares.

Aproveitando essas feiras de natal, sai com o Tom para comprar alguns presentes para os meus pais, para ele, Georg, Gustav, Andreas, Jost e Natalie, comprei várias lembrancinhas, mas o presente principal com certeza era o da Ana, fiquei com tantas duvidas no que comprar, que precisei da ajuda da Natalie minha melhor amiga, ela sempre me ajuda no quesito presentes e roupas. Outro dia fui até a casa dela a coloquei no carro e fomos comprar o presente da Ana, entramos em várias lojas e nada me agradava, mas a Nath disse que teria que agradar a Ana e não a mim. Optei por comprar um lindo vestido tomara que caia, e pra ficar fofo comprei um urso panda gigante que eu sei que ela ama, e que sempre sonhou em ganhar um, em poucos dias chegará a sua casa, antes do Natal não chegará pois o correio alemão, trabalha muito com Papai Noel, que recebe milhares de cartas das crianças, por isso os serviços são dedicados somente a elas, e as cidades alemãs.

A véspera de Natal chegou, mamãe sempre gosta de preparar muitos pratos e reunir a família toda em casa, um dos mais tradicionais doces da época natalina que mamãe faz é o Plätzchen, que são bolachinhas dos mais variados tipos e formas e enfeitados de vários jeitos. O preparo do biscoito é bem trabalhoso, e minha avó ajuda ela a preparar e passam muitas horas na cozinha. Tom e eu amamos esse biscoitos, parecemos crianças e ficamos empolgados em ajudar na confecção dos docinhos. Outro prato típico que ela prepara é o Ganso Assado conhecido como Weihnachtsgans, ele é servido com bola de batata (kartoffelklösse) e repolho roxo (Rotkohl). Depois do jantar, nos reunimos na sala em volta da árvore de Natal, esperando as 12 badaladas, para nos abraçarmos e desejar-mos um Feliz Natal, para depois fazer a troca de presentes e comer os biscoitos com leite e ir para a cama. Eu acordei quatro horas depois para desejar Feliz Natal a Any, já que o fuso horário do Brasil é quatros horas menos que aqui.

A maioria dos costumes de Ano Novo aqui na Alemanha vem de rituais germânicos e da Roma antiga. Beber, comer e festejar sempre fazem parte de uma festa alemã de réveillon, seja em família, ao ar livre ou num baile social. Na passagem de ano também é tradicional o badalar dos sinos. Especialmente nesta ocasião, pode-se ouvir o "Dicke Peter", o maior sino do campanário da Catedral de Colônia. Os fogos de artifício, para espantar os maus espíritos com muito barulho e receber o Ano Novo com muitas luzes, são um costume praticado nas ruas e parques de todo o país, seja em família ou entre vizinhos. Como não poderia deixar de ser no país das regulamentações, os fogos têm hora para começar e para terminar. Também tem a grande variedade de pratos típicos servidos no final do ano, que está relacionada diretamente às superstições e crendices. Quando se deseja abundância e fertilidade no ano que se aproxima, deixa-se na mesa até o dia seguinte os restos da ceia de Ano Novo.

Na lista de pratos típicos para a ocasião, aparecem as sopas de lentilhas, de ervilhas, de feijão de vagem ou até mesmo de cenoura. Segundo a crença popular, isto traz bênçãos e riqueza. Ou ainda chucrute com costelinhas de porco. Mas este prato só dá sorte se, antes de comer, a pessoa expressar o desejo de no ano seguinte dispor de tantos bens e dinheiro quantos fios de repolho estão na panela, quando era criança Tom e eu fazíamos isso e parece que deu muito certo. As aves estão banidas do cardápio de réveillon, pois podem voar com nossa sorte pela janela, as tradicionais vítimas são os peixes mais precisamente a carpa, preparada de diversas maneiras e o porco, um importante símbolo de sorte na Alemanha. Por ser um alimento raro antigamente, a carpa tornou-se objeto de uma crendice: Para ganhar dinheiro no ano seguinte, deve-se guardar na carteira uma escama do peixe comido na ceia.

Ou então espalhar suas escamas pela casa. Mas ele só trará sorte se permanecer ali todo o ano seguinte. Já as famílias mais modernas costumam servir raclete ou fondue na noite de Ano Novo. Também na Alemanha, são confeccionados pães e bolos para presentear no final de ano. Quando oferecidos a alguém, representam o desejo de fartura, saúde e sorte. Geralmente, trata-se de receitas comuns, de pães, bolos ou biscoitos, só que a massa recebe uma forma especial. Seja trançado ou em círculo, o produto final representa união e infinidade.

Na hora da queima de fogos, reunimos a família na varanda da casa, eu aproveitei para levar o notebook comigo e liguei a webcam para que a Ana pudesse ver, e o mesmo foi feito por ela na queima de fogos no Brasil, ela disse que a família dela não tem tradições, ela sempre passa o ano novo com a mãe e fazem uma oração, fiquei muito triste por saber que os pais dela se separam, sei muito bem o que ela está passando. Ela não merecia isso, estava tão empolgada de voltar para casa e rever a família e recebe um bomba dessas de boas vindas.

Janeiro chegou e passando esse mês a turnê já começa, estou ansioso para por o pé na estrada, subir nos palcos de vários países e arrasar com o show, espero que sejam os melhores, e que minha ida para o Brasil chegue o mais rápido possível, não aguento mais de saudades da Ana.

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