Pov Bill
O dia amanheceu e os raios de sol invadiram o nosso quarto, Ana continuava a dormir tranquilamente, me levantei o mais devagar possível para não acordá-la, abri a porta do quarto e fui ao banheiro fazer a minha higiene matinal, voltei para o quarto e ela estava dormindo, ainda vestia o seu vestido violeta, ela agarrava o travesseiro e suas coxas estavam a mostra, como o dia estava um pouco gélido, coloquei um lençol sobre o seu corpo. Me deitei na cama e fiquei admirando a forma como ela dormia, um meio sorriso formava em sua face, parecia estar sonhando com algo bom, talvez estivesse lembrando de tudo o que aconteceu ontem. Sonhei com cada detalhe, desde quando ela entrou no restaurante, até quando todos aplaudiram quando nos beijamos, e que beijo, seus lábios carnudos, macios e aquele piercing deu um toque especial, agora sim eu entendo por que as meninas querem tanto beijar o Tom, quando a beijei o sabor de seus lábios me deixaram com o desejo de querer sempre mais.
Sei que vou sofrer por muitos dias e meses, quando for embora, talvez pudesse ter tomado certas atitudes antes, mas não deu. Eu sempre fui muito inseguro com os meus sentimentos, o medo de me decepcionar, sempre me afastava das pessoas, sei como é a dor de uma traição, sei muito bem como a Ana se sentiu quando ela presenciou aquela cena lamentável. Despedir-se de um amor não é fácil. É doído. A raiva vem com força de tanta frustração. O medo de ficar sozinho outra vez. Eu preciso lutar internamente. Agradeço à Deus por ter a colocado em minha vida, na hora em que eu mais precisei. Nós dois estávamos na hora certa e no lugar certo. Naquele momento, tudo foi tão perfeito. Cada segundo que eu passei ao lado dela, tentei aproveitar o máximo possível, pois sabia que seriam os últimos e foram os mais bonitos da minha vida. Adoro ficar ao seu lado, sentir seu abraço, o teu cheiro, teu calor. Seu beijo fez- me acreditar que era possível existir um amor puro, verdadeiro! És um lindo anjo que veio perto de mim e fez- me esquecer de todo o sofrimento que eu estava passando. De repente ela surgiu do nada e fez a minha esperança reacender. Foi lindo, foi mágico, foi como eu sonhei!
Aos poucos Ana ia despertando, ela abria seus olhos e esfregou o rosto algumas vezes tentando se acostumar com a claridade do quarto, ela espantada por eu a encarar se levantou. Eu sorri abraçando-a e fazendo-a deitar-se novamente no colchão. Beijei-lhe os lábios delicadamente e afaguei-lhe os cabelos. Ficamos nos olhando demoradamente, perdendo-se um nos olhos do outro, ambos com aquela melancolia nos olhos, nenhum de nós dois queria sair dali. Mas tinhamos poucas horas antes de partir, queria aproveitar para ficarmos um pouco mais juntos, me levantei da cama e peguei em sua mão fazendo-a se levantar também, a levei para o banheiro, iríamos tomar banho juntos, liguei o chuveiro e a água quente caia sobre nossos corpos. Com cuidado, toquei-lhe os cabelos molhados, acariciei seu rosto e selei meus lábios com os dela, deixando com que todos os seus sentimentos fossem descritos naquele terno toque, naqueles suaves movimentos. Nos afastamos, ainda sentindo a respiração um do outro misturarem-se. Ana, delicadamente, começou a subir a minha camiseta, e ela sentiu um arrepio quando eu levantei seu vestido cautelosamente. Tomamos banho juntos, nunca tinha feito isso antes e foi uma boa experiência, não rolou nada, pois ela disse que quando nos reencontrássemos teríamos nosso momento especial, mas depois me deu uma vontade danada.
Após o banho saímos enrolados em toalhas e fomos para o quarto, enquanto eu me trocava, Ana estava sentada na cama olhando para o outro lado, não sei o porquê de tanta vergonha? quando terminei de me trocar, me aproximei dela e a fiz deitar na cama, comecei a beijar seu lábios com uma certa urgência, beijei seu rosto, queixo, e fui descendo até seu pescoço lhe causando alguns arrepios, ela por sua vez pôs as mãos em minha nuca e puxou os meus cabelos cuidadosamente. Ao sentir ela passar os braços em volta do meu pescoço fechei meus olhos e esqueci de tudo ao meu redor, ela também estava de olhos fechados e somente aproveitamos as sensações em nossos corpos, a cada toque dela meu coração disparava cada vez mais, ela se arrepiava e estremecia.
Continuei a beijar o pescoço dela e foi subindo até o lóbulo de sua orelha, onde mordi levemente o local e desci para o queixo, comecei a traçar uma trilha de leves beijos no local subindo para a bochecha, dei um beijo em cada lado das bochechas e lhe dei um beijo na ponta do nariz, logo após dei um breve selinho nela e humedeci meus lábios com minha língua como se sentisse o seu sabor. Lentamente abri meus olhos e a vi de olhos fechados, coloquei uma das mãos em seu rosto e comecei a acariciá-lo, a outra mantive em sua cintura e puxei-a para mais perto. Fechei meus olhos e me aproximei lentamente dela, selei meus lábios nos dela e senti meu corpo estremecer. Comecei a beijá-la lentamente. Passei a língua em seus lábios pedindo passagem para aprofundar o beijo ela entreabriu mais os lábios me deixando explorar cada canto da sua boca com muito cuidado e calma. Ela com uma das mãos começou a acariciar os meus cabelos e senti os cabelos da nuca se arrepiarem. Sentia cada toque de Any em mim e desejava que ela nunca se separasse do meu corpo.
Ficamos um bom tempo se beijando e curtindo as sensações que um provocava no outro, começamos a diminuir o beijo e no fim só dava selinhos nela. Abrimos nossos olhos e nos encaramos sorrindo, sai de cima dela e sentei na beirada da cama e disse:
_ Estou com fome.
Ana: Eu também.
_ O que quer comer?
Ana: Quero os seus delicioso waffles.
_ Então vamos para a cozinha, que eu faço pra você.
Ana: Mas Bill, eu não posso andar só de toalha pela casa.
_ Ain, eu tinha me esquecido desse detalhe. - Alguém bate na porta, me levantei e fui atender, era a Quim com uma sacola nas mãos.
Quim: Bom dia, casal mais lindo do mundo. Maninha lhe trouxe algumas peças de roupas, peguei qualquer coisa lá mesmo.
Ana: Obrigada Quim, estava precisando disso mesmo.
Quim: Aconteceu alguma coisa entre vocês essa noite?
_ Não! - Dissemos em unissímo e sorrimos.
Quim: LERDOS!
Ana: Mas tomamos banho juntos.
Quim: Tá melhorando. - Ela riu– Bom vou deixar vocês sozinhos - Disse se virando e fechando a porta atrás de si.
Ana: Vamos ver o que ela trouxe...hum uma calça preta, minha camiseta do Rolling Stone, meus lindos all star rosa e lingerie. Está ótimo!
_ Gostei da lingerie.
Ana: Safado! Fique de costas pra que eu possa me trocar.
_ Ai, ai - Bufei.
Depois que ela se trocou, saímos do quarto e fomos para a cozinha, ela cuidou de fazer o café, enquanto eu preparava a massa para waffles, assim quando todos se levantaram a mesa do café da manhã já estava pronta, e todos se sentaram em volta da mesa, nas pontas ficaram Jost e Natalie, Quim, Georg e Gustav sentaram um ao lado do outro, Any, eu, Tom e Bárbara sentamos juntos no lado esquerdo perto da pia, ficamos um longo tempo comendo em silêncio, as vezes eu brincava de fazer aviãozinho com a colher levando a salada de frutas até o boca da Any, ela fazia o mesmo comigo, queria aproveitar ao máximo nosso tempo juntos. Enquanto comíamos, percebi alguns olhares pesados da Quim em direção a Bárbara, estava com medo de que alguma coisa acontecesse, foi quando Any perguntou:
Any: Georg, me fale mais da sua namorada, como ela é?
Georg: Bom...a Leticia, apesar de ela não gostar que eu a chame assim, mas ela é muito fofa, uma rebelde, vive aprontando comigo, as vezes é bem mau humorada, vive escrevendo e fazendo bolas de chiclete, isso as vezes irrita, tenho dó do Gustav quando estamos todos juntos...
Gustav: Eu sofro com ela.
Ana: Por que Gus?
Gustav: Ela fica me mordendo, me chamando de fofo e ursinho dela.
Ana: Posso te morder também?
Gustav: Jesus, mais uma para me arrancar pedaços?
Georg: Continuando... ela é meio gótica, vive usando preto, nasceu na Itália, mas mora a algúns anos em Berlin, fala mais do que a boca, é apaixonada por vampiros, sangue e coisas sobrenaturais, tem 19 anos, é um pouco mais baixa do que eu, olhos e cabelos pretos e encaracolados, gostosa e é bissexual, tem dias que ela fica falando da atriz Emma Roberts e de como queria beijá-la, mas sugerir fazermos um sexo a três.– Ele riu.
Tom: Cara é coincidência demais nós namorarmos bissexuais, agora só falta o Gustav.
Ana: Falando nisso, e você Gus quando pretende namorar?
Gustav: Pretendo achar uma garota no Brasil, dizem que elas são as mais fofas.
_ Isso mesmo Gus, eu tenho a prova viva ao meu lado, né meu amor? – Dou um selinho nela.
Ana: Se você está dizendo...não vou discordar.
Georg: Olha aqui uma foto dela.– Disse lhe entregando a carteira.
Ana: Que linda Gê.
Georg: Acho que vocês vão se dar bem, mas não dê em cima dela ouviu?
Quim: A Ana não é igual a certas pessoas Georg, ela é fiél.
Ana: Quim, segura essa língua.
Bárbara: Deixa quieto Ana.
Quim: Deixa quieto PORRA nenhuma, você é uma VADIA garota, você NUNCA mereceu o amor da Any.
Bárbara: Olha aqui garota, cala a sua boca, você não tem o direito de falar assim comigo.
Ana: QUIMBERLY CHEGA!
Quim: EU VOU ACABAR COM A SUA RAÇA, SUA ALBINA ÁGUA DE SALSICHA.
Quim se levantou da cadeira e se jogou em cima da mesa alcançando os cabelos da ruiva o puxando, Bárbara gritava de dor e puxava os cabelos da Quim, as duas saíram rolando pela mesa, caindo no chão, elas começaram a se estapear, Quim era um pouco mais forte e começou a dar socos em Bárbara, ela por sua vez usava as suas enormes unhas e arranhavam os braços e costas da menor, e para separar foi difícil, precisou o Tom segurar a Bárbara enquanto Georg imobilizava a Quim. Mas as duas não paravam de se xingar e os meninos estavam apanhando também, eu apenas ria e Any estava com cara de que ia matar as duas. Ficaram trocando farpas por longos minutos até elas se cansarem e cada uma ir para o seu canto, Any pegou Quim pelo braço e a levou para o quarto, enquanto Tom levava a Bárbara para a piscina. Cinco minutos se passaram e elas voltaram, uma ficou de frente para outra e Any disse:
Ana: Anda Quim, pede desculpas pra ela.
Quim: Me polpe Ana. Não vou fazer isso.
Ana: É melhor você se desculpar, ou eu contro tudo para o Cris.
Quim: NÃO! Não conta nada pra ele por favor.
Ana: Vai garota.
Quim: Ai que saco. - Bufou– Me desculpe Bárbara.
Bárbara: Tudo bem. Me desculpe também.
Ana: Obrigada senhor.
Depois de toda a confusão, e as meninas terem feito as pazes, algumas horas haviam se passado e chegado a hora de partirmos, eu não estava nada animado em voltar para casa, mas tinha muitas coisas para se resolverem, como seria o projeto para a continuação da turnê, passaríamos um tempo com os nossos pais, e em três meses nossa rotina voltaria, nosso primeiro show será no Canadá, e depois seguiremos por outros países, o ultimo show será no Brasil, acredito que teremos apresentações em quatro grandes cidades, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, isso se não der a louca no Jost e mudar tudo. Estou muito ansioso para conhecer o Brasil, pelo que vejo em fotos o país é muito bonito, o clima é quente, as pessoas são acolhedoras e divertidas, e claro as garotas são muito bonitas, o Tom vai amar essa turnê, dizem que as praia são ótimas também, não vejo a hora dos shows começarem.
Jost: Meninos, está na hora de irmos.
_ Mas já Jost?
Jost: o voo sai em quarenta minutos, é melhor não nos atrasarmos.
_ Eu não estou afim de ir.
Tom: Eu também não.
Jost: Mas é preciso meninos, se despedem logo das meninas e vamos partir.
Dei um abraço na Quim e outro na Bárbara, quando fiquei frente a frente com a Any, seus olhos estavam lacrimejando, meu coração estava apertado, não queria deixá-la, antes que eu começasse a chorar também,a peguei pela cintura as faces se aproximaram, nossos olhares se fecharam, Any toca o meu rosto com a mão esquerda e com a outra, me puxa pela nuca, para que ficássemos mais pró-ximos. Nossos lábios se tocam levemente num selinho delicado. As línguas se tocam, num estilo de sincronia perfeita, as línguas se tocam agora com certa selvageria imposta por ambos. Eu a beijava como se nada mais existisse. E nada mais existia. Pelo menos não para mim. Os pulmões clamaram por ar e nos afastamos para respirar. Os olhos ainda colados uns nos outros indicando a sede que sentíamos um pelo outro, e isso nos fez cair nos beijos novamente.
Nosso beijo se tornava mais urgente a cada segundo. Não era parecido em nada com as historias românticas que eu havia lido. Nada poderia se comparar ao que eu estava sentindo. Era como se eu precisasse me unir a ela. Ser ela. Estar nela. Não havia calma nem tranquilidade. O desejo de ser dela ardia agora em mim mais do que qualquer sede que eu já havia sentido. Ela começou a afastar seus lábios dos meus, tirando sua língua da minha boca, abrindo os olhos, então eu pude ouvir minha respiração irregular e sentir meu peito ofegante. Meu coração que antes batiam como as asas de um colibri agora batiam na velocidade da luz. Cheguei a sentir por um breve momento um suave medo de que ele saísse do meu peito tamanho descompasso. Ela olhou em meus olhos uma vez mais antes de dizer:
Ana: Eu te amo Bill.
_ Eu também te amo, meu amor.
Ana: Promete que vai manter contato?
_ Prometo.
Ana: Volta logo tá?
_ Volto sim. Quim cuida dela pra mim.
Quim: Pode deixar Bill.
_ Obrigado.
Ana: Meninos, Jost, Natalie cuidem do Bill pra mim ok?
Todos: Cuidamos!
Ana: Georg, manda um beijo pra Letícia e cuida dela.
Georg: Mando sim, pode deixar que ela é meu bem mais precioso.
Ana: Nos vemos no Brasil então Bill.
_ Nos vemos lá. Eu te amo muito.
Ana: Eu também.
Começamos a nos beijar novamente e aquilo estava bom demais, não queria parar, mas Jost me puxou pelo braço, Bárbara e Tom estavam quase engolindo um ao outro, Jost pegou ele pelo braço e o jogou dentro do carro, depois que todos entraram, o motorista deu a partida e comecei a chorar, Tom sentou ao meu lado e me deu um abraço tentando me confortar. Minutos depois chegamos ao aeroporto, esperamos mais algum tempo até o voo ser anunciado, sentei na minha poltrona, liguei meu ipod e nele começou a tocar uma música que me faria lembrar da Any durante essa longa e dolorosa viajem.
Eu me lembro do que você usou no primeiro encontro,
Você entrou na minha vida,
E eu pensei "Hey você, sabe que isto pode se tornar algo",
Porque tudo que você faz e as palavras que diz,
Você sabe que isto tira meu fôlego,
E agora não tenho nada.
Porque talvez seja verdade que eu não consiga viver sem você,T
alvez dois seja melhor que um,
Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida,
E você já me deixou desiludido,
E eu estou pensando que dois é melhor que um.
Lembro-me de rir, olhando para seu rosto,
O jeito que você vira os seus olhos,
o seu sabor,Você faz com que seja dificil respirar,
Porque quando eu fecho os olhos eu vôo para longe,
Eu penso em você e tudo fica bem,
Eu estou finalmente acreditando.
Pov Any
Continuei ali parada vendo o carro sair pelo portão e se distanciar, agora cada segundo sem o Bill seria doloroso demais. Desde o nosso primeiro encontro, até a noite de ontem, aconteceu tudo muito rápido, nos beijamos sobre a luz do luar, nossos amigos nos aplaudindo foi uma cena tão linda, parecia a cena mais romântica de um filme. O que será de mim sem ele agora? Quanto tempo terei de esperá-lo voltar? Andei até a casa e entrei, me sentei no sofá e comecei a chorar, Quim me abraçou e Bárbara me trouxe um pouco de água para que eu me acalmasse.
Elas ainda se entreolhavam com desprezo, mas era melhor elas se comportarem ou eu acabaria com a raça das duas ali mesmo. Quando me acalmei, arrumamos toda a casa, pois ela seria fechada pela a imobiliária, peguei minhas coisas e as meninas fizeram o mesmo, Bárbara se ofereceu por nos levar em casa e aceitei, entramos em seu carro e ela nos deixou no nosso apartamento, agradeci pelo favor e ela partiu com o carro para a sua casa, Quim e eu pegamos o elevador e entramos no apartamento, me deitei na cama e comecei a chorar novamente, acabei por adormecer e sonhar com cada momento que Bill e eu passamos juntos.
Acordei e já havia passado a hora do almoço, me levantei, fui até o banheiro, tomei um longo banho, troquei de roupa e segui para a cozinha, em cima da mesa se encontrava pizza e refrigerante, Quim e eu comemos, lavamos a louça e fomos assistir alguns filmes, precisava ocupar a minha cabeça, para que o tempo passasse o mais rápido possível e Bill e eu nos encontrarmos de novo.
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