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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Fanfic - Amor, Sexo e Fotografia - Capítulo 62 - Revenge Is Sweeter (Than You Ever Were)


(3º Pessoa)

Ana estava muito feliz com a gravidez e precisava chegar logo em casa e contar a novidade. Quando Quim e Ana saíram do consultório médico, começou a chover forte e elas precisaram correr até o carro para se abrigarem. Ao chegarem em casa, a jovem estranhou a casa silenciosa, passou pela cozinha e a viu toda desarrumada, cacos de vidros no chão, e percebeu um clima ruim no ar. Alguma coisa pairava na atmosfera nebulosa daquela manhã.

Ao adentrar na sala viu o marido sentado no sofá de cabeça baixa segurando um envelope. O cômodo parecia mais frio do que geralmente era, um cheiro forte entrou pelas suas narinas e constatou que era alguma bebida alcoólica. "Será que as coisas estão tão difíceis no estúdio, para Bill beber a essa hora da manhã?" Pensou ela. A falta de inspiração para compor as músicas estavam realmente deixando Bill de cabeça quente e mais nervoso do que deveria.

Quando Bill acordou essa manhã, pensando que seria um dia de boas inspirações, sentou se a mesa para o café da manhã. Sabia que a esposa não estava em casa, pois sempre levava o filho a escola, então na maioria das vezes não tomavam café juntos. Enquanto bebericava seu café com leite fumegante, o interfone tocou no comodo ao lado, o fazendo bufar e se levantar para atender.

X.X

Eram exatamente oito horas da manhã em Hamburgo, pelo centro movimentado da cidade caminhava calmamente uma moça de pele branca e cabelos negros aparentando ter seus 25 anos, vestia um sobretudo negro e na cabeça usava um chapéu da mesma cor, carregava uma pequena caixa nas mãos e parecia que não queria ser reconhecida. De repente a moça para de andar, levanta a cabeça olhando para o céu nublado e murmura baixinho:

– Em poucas horas teremos mais uma separação por traição.

Há alguns metros da casa dos Kaulitz a mesma moça de sobretudo negro de antes estava escondida atrás de uma árvore, apenas observava curiosamente o movimento das pessoas que faziam a segurança da casa. Mais de vinte minutos se passaram sem-que nenhum dos funcionários se afastassem da portaria. Por mais cansada que a moça estivesse de tanto esperar, não desistiria de um plano que a tanto tempo esperava por em prática. Quando finalmente os seguranças se afastaram, ela se aproximou sorrateiramente até o portão e colocou a caixa no lado de dentro, se afastando logo em seguida, voltando para trás da mesma árvore.

Um dos seguranças percebeu uma movimentação estranha e voltou até o portão não encontrando ninguém, mas ao olhar para o chão viu uma pequena caixa. Hesitou por um momento pensando ser algo perigoso, procurou pelo seu detector de carta bomba, e assim que o achou passou pela caixa e nada foi detectado. Olhou os dizeres da caixa, onde só se encontrava o destinatário: Bill Kaulitz. Rapidamente o segurança interfonou para a casa do patrão avisando que havia recebido uma caixa com o nome dele.

Bill pediu para o segurança vir até a casa e lhe entregar a caixa e assim o fez. Ao receber o pacote, imediatamente procurou pelo remetente, mas não o encontrou. Mesmo inseguro, mas cheio de curiosidade, abriu a caixa encontrando um envelope alaranjado e uma caixa plástica com um DVD.

Abriu primeiramente o envelope encontrando uma carta anônima daquelas escritas com recortes de revistas, com os seguintes dizeres: "Olá Bill Kaulitz! Acho que você não fará a mínima ideia de quem lhe enviou isto mas, quero lhe abrir os olhos, sua mulher não é tudo o que você pensa. Conheça as verdadeiras intenções dela. Sinto muito em decepcioná-lo, mas será melhor para você." e várias fotos, nas quais não podia acreditar nas pessoas que estavam nela: Seu irmão e a mulher trocando caricias. Em algumas das imagens, ambos se abraçavam, sorriam, trocavam olhares, mas uma em "especial" fez seu coração doer; Tom e Ana estavam sentados perto da piscina na casa de sua mãe, Tom estava tão próximo do rosto de sua mulher, que mais alguns milímetros se beijariam.

Bill respirou fundo tentando conter um sentimento ruim que se apoderava de seu corpo, algo como raiva, fúria, talvez medo do que mais ele poderia encontrar naquela caixa. Ainda havia um DVD, mesmo sabendo que as coisas poderiam piorar, pegou o DVD e caminhou até o aparelho o ligando em seguida. A imagem que apareceu na tela não era muito nítida, mas claramente podia se ver que eram Tom e Ana sentados na piscina de algum lugar que ele não se recorda, muitos próximos um do outro, conversando. Aumentou o volume da TV e esperou pelo pior.

"Ana: ... Ok Tom vamos parar por aqui, o que eu quero conversar com você é sério. Me diga com toda a sinceridade do mundo, o que você sente por mim?

Tom: Nossa, você é direta hein? Bom vou ser também, o que eu sinto por você é desejo e..E amor, eu te amo Ana.

Ana: ... Tom, você pode amar quem quiser, mas não a mim, eu vou me casar com o seu irmão.

Tom: Eu sei, mas a culpa não é minha se é você que eu amo. Eu sinto uma inveja do Bill por ter você ao lado dele, isso por que eu te conheci primeiro, você contou parte da sua vida pra mim, e eu fui um idiota em não perceber que estava gostado de você e te empurrei para o meu irmão. Foi você que me apoiou quando a Bárbara me deixou, foi você que me deu carinho todo esse tempo, você não me trata como um guitarrista famoso, me trata como um ser humano que precisa de amor e carinho."

Ao final do vídeo eles se abraçaram, mas na cabeça de Bill, houve muito mais que um abraço, ele não queria acreditar no que estava vendo, imaginando ou qualquer outra coisa. Não dava pra fingir que aquilo não estava acontecendo, ele fingia que não via, preferia não acreditar na hispósite de eles um dia se envolverem. Era evidente o carinho que eles sentiam um pelo outro, mas não imaginava que isso poderia acontecer. Bill conhece o irmão melhor do que qualquer outra pessoa, e sabia que ele conseguiria qualquer coisa que quisesse, ainda mais mulheres. Bill já perdoou qualquer outra burrada que o irmão fez, mas essa era a pior traição que Tom poderia cometer.

Os olhos castanhos sempre brilhantes estavam opacos, incapazes de transmitir qualquer tipo de sentimento. A expressão era torturada e os lábios tremiam levemente.Bill se descontrola ao aceitar a suposta relação entre a esposa e o irmão, as lágrimas que agora percorrem a face que sempre sorridente não deixava as lágrimas caírem, a não ser de felicidade em estar com a esposa, humedecem o rosto, cortam e queimam como gotas de fogo. As dores no peito parecem com agulhadas da morte, facas que entram e saem do seu peito, facas sem-corte e enferrujadas. Caminhou até a cozinha a procura de uma bebida forte que pudesse amenizar o seu sofrimento, despejou o liquido sobre o copo e bebeu. Não sentiu nada demais, a bebida cor de ferrugem se espalhando na boca, escorregando na garganta como remédio ruim. Sentou-se no sofá da sala e esperou que aquilo pusesse fim em todo o sofrimento.


Pov Ana

Quando entrei pela porta da cozinha e a vi toda bagunçada, as coisas fora do lugar, pratos e copos quebrados pelo chão e uma garrafa vazia. Uma sensação ruim passou pelo meu corpo, um arrepio tão forte que me fez tremer de medo. Caminhei até a sala, percebendo que o corredor também estava bagunçado e tinha um cheiro forte.
Olhei ao redor e vi Bill com o olhar vago sentado no sofá segurando um envelope alaranjado. Me aproximei devagar para não assustá-lo, ele parecia tão distante com seus pensamentos. Estava curiosa para saber sua reação quando lhe contasse a novidade, mas quando o seu olhar cruzou com o meu, senti meu corpo gelar. Seu olhos estava avermelhados, porém vazios, levantou-se do sofá e andou em minha direção. Tentei abrir um sorriso, mas Bill parecia estar tão triste.

Bill: Por que você fez isso comigo Ana? - Lágrimas se encontravam em seus olhos, enquanto ele apertava meus ombros, me machucando. - Por quê?

_ O que eu te fiz Bill? - Ele continuava apertando meus ombros com mais força, seus olhos fixados nos meus me faziam sentir medo de sua expressão. Ele parecia estar bêbado. - Me solte, está me machucando.

A chuva começou a engrossar lá fora, e os relâmpagos me faziam sentir ainda mais medo. Bill me soltou e voltou a se sentar no sofá, suas mãos tremiam e respirava fundo tentando controlar as insistentes lágrimas que caiam pelo seu rosto.

Bill: O que você me fez? - Seu tom de voz aumenta, me fazendo estremecer. Levantou-se do sofá e jogou o envelope alaranjado quase acertando o meu rosto. - Veja a sua traição com seus próprios olhos. Como pode me trair com meu irmão?


Meu Deus! Eu temia que esse dia chegasse, depois de tantos anos em silêncio, escondendo a verdade, ela finalmente decidiu dar as caras. Pela expressão chorosa, dolorida de seu rosto, não importava o que dissesse, Bill não iria perdoar o que aconteceu. Meus olhos lacrimejaram, um nó se formou em minha garganta e pareciam que fincavam várias facas em meu peito, quando abri o envelope e vi várias fotos minhas junto com o Tom, como um filme todas aquelas imagens me levaram aos dias que tinham acontecido. Nossa conversa na piscina do Hotel Copa Cabana Palace, pensei que tudo acabaria naquele dia.

Deixei bem claro ao Tom que amo e sempre vou amá-lo com um irmão, ele me prometeu que não insistiria no assunto, mas... As fotos na casa dele, estava abraçada ao Tom depois de me salvar do Scotty, ele sem-camisa e eu o apertando, como se realmente quisesse fazer aquilo.Mas uma foto que deixava muito evidente algum tipo de relacionamento entre nós, com certeza era a que estava deitada na grama perto da piscina com a cabeça no colo do Tom, e o mesmo com a boca a uma distância muito pequena, como se fosse realmente me beijar.

_ Isso não comprova nada Bill. - Deixei as fotos caírem no chão e me aproximei dele. - Já lhe disse milhões de vezes que nunca teria um relacionamento com o Tom. Você está cansado de ouvir que ele é como um irmão para mim.

Bill: Eu queria muito acreditar em você Ana, mas não dá, não depois desse vídeo.

Ótimo, ainda tinha um vídeo para acabar com a minha vida. Bill pegou o controle e deu play, eu não podia acreditar na edição ridícula do vídeo, cortaram toda a minha explicação de que não poderíamos ficar juntos, pois amava e ia se casar com o Bill. A pessoa que fez isso está disposta a acabar com a nossa felicidade mesmo. Como podem fazer isso, pelo amor de Deus. Senti minhas pernas fraquejarem e me permiti cair ajoelhada no chão, minha cabeça doía, alias o corpo inteiro, mas o coração estava a ponto de se partir ao meio. Isso não podia estar acontecendo.

_ Bill... - Suspirei tentando me levantar. - Será que você não percebe que esse vídeo está ridículamente editado? Há falhas nos diálogos, nas movimentações; vai mesmo acreditar nisso?

Bill: O que importa nesse momento, é tudo o que vi e ouvi, ainda mais vindo do meu irmão. Como eu não percebi isso antes? - Passa as mãos pelos cabelos e parece pensar por alguns instantes. - Aquele época que vocês pararam de se falar e a Quim foi embora sem dar explicações, é por que aconteceu alguma coisa. - Ele se aproxima e segura meus ombros novamente. - Vocês transaram? Foi por isso que eles brigaram e você parou de falar com o Tom?

_ Claro que não! - Digo de repente - Pelo amor de Deus, Bill - Começo a chorar - Acredite em mim, o Tom gostava de mim antes, mas sempre deixei claro o quanto te amo e não poderia ter nada com ele. - Me sento no sofá respirando fundo, tentando controlar as lágrimas e continuo. - Eu me lembro do dia que isso foi gravado, foi durante os dias que ficamos no Rio de Janeiro, Tom me olhava de um jeito diferente, conversava comigo como se quisesse me cantar e eu quis por um basta nisso tudo. O procurei e fomos conversar lá na piscina, ele disse que me amava... - Parei por um instante, aquilo estava sendo doloroso demais de se lembrar, Bill não queria me ouvir, ele apenas chorava. - ... Disse a ele, que o considero como um irmão e não passaria disso, pois eu te amo Bill, entenda isso. A Quim foi embora por que descobriu que Tom havia me beijado na festa de aniversário da sua mãe. - Ele me olha surpreso, seus olhos cadas vez mais vermelhos, os lábios tremendo, eu não consigo suportar isso, preciso contar a verdade, pois mais que isso doa e acabe com o nosso casamento, por mais que sinta, que já esteja acabado. - Tom havia bebido muito naquele dia, eu estava no nosso quarto ouvindo música, quando ele entrou dizendo que um selinho que havia me roubado quando nos conhecemos havia significado muito para ele, e quis provar dos meus lábios novamente... - Parei mais uma vez para respirar, minha cabeça parecia que ia explodir. - ...Confesso que me deixei levar quando me beijou, mas o gosto de bebida não me deixou continuar, me lembro de tê-lo empurrado, dar um soco em seu rosto e sair do quarto. Depois tudo apagou e só fui acordar um mês depois, na cama de um hospital.


Terminei minha frase praticamente em um sussurro, Bill me encarou por breve segundos e se levantou indo em direção a porta, eu sabia que ele ia tirar satisfações com o irmão, e não podia impedi-lo disso. Esperei sentada naquele sofá por longos minutos, podia ouvir claramente os gritos dele e da Quim, que estava apavorada. Eu poderia ter evitado tudo isso, se não tivesse pensando só em mim, de perder tudo o que havia conseguido, não é interesse é apenas amor, mas que está tudo perdido, pois guardei essa mentira durante todos esse anos. Quando Bill retornou a casa, sustentava as mãos fechadas em punhos, pude ver vestígios de sangue em suas mãos e em seu rosto, havia um corte abaixo do seu olho. Parou a poucos metros de mim e pude sentir medo do seu olhar, Bill parecia ter morrido por dentro.

Bill: Eu quero terminar com você. - Ficamos em silêncio e eu tentava raciocinar o que havia me dito. Não estava preparada para ouvir isso. - Eu acho que vai ser bem melhor assim. Pra mim e para você.

_ Pois eu não acho, vai ser difícil ficar longe de você, ainda mais estando grávida.

O senti vacilar, ele estava tremendo e seus olhos se encheram de lágrimas, mas seu corpo estava tomado pelo ódio naquele momento.

Bill: E quem me garante que esse filho é meu?

Eu me senti um lixo ouvindo aquilo. Foram poucas palavras, mas que causaram um grande efeito sobre mim, por um segundo eu senti como se algo aqui dentro estivesse se movendo, uma sensação que eu jamais havia sentido, foi como se estivesse arrancando meu coração para fora com uma rapidez inigualável, e posto rapidamente no lugar, eu não conseguia conter o choro, machucou, de verdade, sensação única e avassaladora. Subi as escadas indo em direção ao quarto, acabada, detonada, surrada por algo que varreu meu coração, eu podia sentir a rapidez com que meu coração batia, chegava até minha garganta, me fazendo soluçar, em meio a tanto choro. Eu não sabia o que dizer, onde me esconder, eu fiquei quente, decaído, eu me senti uma lástima, um nada. Bem, eu sabia o que se passava com meu coração, ali, naquela manhã, depois da felicidade, veio a dor e o desabafo, e simplesmente eu não tinha palavras à não ser ignorar o fato de que meu mundo acabava de cair sobre mim, ou o contrário, ele havia caído dos meus pés. Está doendo, muito, muito mesmo, sem exagero. Dei minha vida, meu amor, entreguei meu coração nas mãos de alguém, mas agora nesse momento, eu suplico para que ele volte a seu lugar de origem…Volte para dentro de meu peito.

Arrumei minhas malas, peguei só o que me pertencia, aquilo que trouxe de casa e eu mesma comprei. Se é para acabar tudo, nem as coisas que ele me deu, me pertence mais. Eu não queria, mas precisava me despedir da Sally, foi difícil, foi doloroso, acho que até para o Teddy, pois eles também eram "casados" e eles não tinham culpa do que estava acontecendo. Estava decidido, não levaria nada que lembrasse o Bill, nada material, mas a maior lembrança dele estarei carregando em meu ventre.Quando passei em frente ao quarto do Drey, é que dei conta do que realmente estava acontecendo, ele também era meu filho, como irei viver sem ele? Não posso deixar isso acontecer, Bill não pode tirar tudo de mim. Voltei até a sala com apenas uma mala nas mãos e encontrei não somente Bill, mas seus pais, Tom e Quim. Simone me olhou por alguns instantes, mas desviou o olhar para a minha mala.

Simone: O que está acontecendo aqui? Quim me ligou desesperada, pedindo para vir correndo para cá.

_ O que está acontecendo Simone, é que seu filho prefere acreditar em uma pessoa que quer nos prejudicar, a acreditar em mim. Mas já está decidido, se ele quer que eu vá embora, eu vou.

Simone: Eu não estou entendendo. Vocês brigaram? Não deve ser tão grave assim, para você ter que ir embora. - Ia gesticular, mas Bill me interrompeu.

Bill: Nada grave? - Riu com sarcasmo - Ser traído com o próprio irmão não é nada grave agora né?

_ EU NÃO TE TRAI BILL, FOI O TOM QUE ME BEIJOU.

Esbravejei e Simone me olhou assustada. Senti uma pontada no peito e chorei mais uma vez. Olhei para o Gordon, ele poderia me ajudar, ele sabia de toda verdade, assim como a Quim, mas nenhum deles abriu a boca, apenas me olhavam, como se apenas eu tivesse culpa do que estava acontecendo. Olhei com suplica para Tom, pedindo ajuda, mas ele parecia tão abalado quanto os outros naquela sala. Sem-mais argumentos, sem outra alternativa, peguei minha mala pronta para deixar aquela casa, mas sem antes me virar para Bill, olhar em seus olhos que estavam tão sem sentimentos e perguntar:

_ E o Drey?

Bill: Ele fica comigo.

_ Mas eu sou a mãe dele.

Bill: Não seria, se não fosse por mim.

_ Vai me jogar na cara, que só por que é famoso conseguiu a guarda dele mais rápido? Estou pouco me lixando para o seu dinheiro, só não quero ficar longe do meu filho.

Bill: Então entraremos na justiça por ele, pois é comigo que ele vai ficar.

_ Você não pode fazer isso comigo. - Me aproximei dele, e Bill se afastou. - Bill, eu te amo, por que tem que acabar assim?

Bill: Você me magoou muito Ana. - Se vira de costas para mim e abaixa a cabeça. - Agora saía dessa casa e não volte nunca mais.

_ Eu vou! Mas não pense que vou desistir do meu filho e de provar o quão injusto está sendo comigo.

Peguei minha mala e olhei para todos que estavam naquele comodo, nenhuma palavra a mais foi dita. Caminhei até a porta e sai, coloquei Teddy na coleira e assim sai daquela casa, sem saber ao certo para onde iria, se um dia voltaria, ou novamente o veria.

(3º) Pessoa.

Dentro da casa, o silêncio ainda reinava, era difícil para todos aceitar o que tinha acabado de acontecer. Simone estava perdida em pensamentos, não sabia se confiava na nora, se culpava o filho mais velho ou apoiava a decisão do mais novo. Gordon e Quim não sabiam o que fazer, apenas se sentaram no sofá e se entreolharam. Tom ainda não tinha voltado a realidade, para ele aquilo era apenas um sonho ruim, que em poucas horas tudo voltaria ao normal.Bill subiu as escadas e foi para o quarto, chorou durante muito tempo, aquilo só poderia ser um pesadelo, queria acordar e ter certeza que tudo o que viu e ouviu não passava de um engano, uma brincadeira de muito mal gosto. Era impossível de acreditar e aceitar que o próprio irmão havia o traído, aquele que sempre esteve ao seu lado, seu melhor amigo e confidente, a pessoa que ele mais amava, depois da mãe. Mas ao olhar ao seu redor, gavetas abertas, roupas no chão, objetos quebrados, as marcas de sangue em sua mão, era tudo real. Tudo estava acabado, mas o cheiro dela continuava lá, o atormentava, o cheiro que ele tanto gostava, agora lhe causava repulsa. Não podia mais viver naquele lugar, cheio de lembranças, cada comodo, objeto e cheiro o fazia lembrar dela, era melhor ir embora. Arrumou suas malas, sem perceber que havia colocado junto com suas roupas, uma velha camisa que a mulher tanto gostava de usar. Pegou o que podia e saiu do quarto.

Simone: Onde você vai Bill? - Perguntou ao ver o filho mais novo descer as escadas com algumas malas nas mãos.

Bill: Vou morar em outro lugar. Sobre o mesmo teto que o Tom, eu não vivo mais.

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