Visitantes

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Fanfic - Amor, Sexo e Fotografia - Capítulo 63 - I Hope You Find It


Pov Ana.

Não imaginava que após sair daquela casa minha vida se tornasse um inferno. Não sabia exatamente para onde ir. Pensei que a Quim me impediria de fazer algo, mas não, ela ficou lá, como todo mundo, somente me olhando, tentando se conformar com tudo que havia acontecido. Até parece que fui a vilã dessa história, mas talvez eu tenha sido mesmo, por ter escondido sobre o que aconteceu com o Tom.

Só não consigo entender por que o Gordon e a Quim não falaram absolutamente nada, para pelo menos amenizar a minha situação, já que sabiam de tudo. Talvez eu tenha sido a golpista, que preferiu esconder a verdade para não perder tudo o que consegui. Talvez eles tenham razão em ficar do lado do Tom, de certa forma ainda sou uma estranha, aquela que diz a amar a todos, mas no fundo só pensa em si mesma.

Não sou egoísta, apenas quis preservar o amor que Bill e eu tínhamos, mas agora não adianta lamentar, a burrada já foi feita mesmo. Eu quis voltar para o Brasil, para os braços da minha mãe, mas não tive coragem, ela poderia me deixar mais triste do que já estou. Ela sempre quis minha palavra de que não me casaria e nem teria um filho cedo demais. Eu dei minha palavra, mas o que aconteceu foi mais do que eu esperava, minha intenção não era me casar com o Bill e muito menos engravidar dele, alias, nem imaginava que poderia ao menos trocar uma palavras se quer com ele. Até pouco tempo atrás, ter um filho seria de certa forma impossível, por um erro médico me trouxe a desilusão de poder dar a luz de um ser que poderia dizer ser meu.

E quando penso que minha felicidade poderia estar completa por conseguir dar um filho ao Bill, essa desgraça acontece. Acho que esse é o meu destino, sofrer até os últimos dias da minha vida. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas por que Deus tem que ser tão injusto comigo? Estar jogada na rua da amargura com um filho em meu ventre não vai ser nada fácil, na verdade minha vida nunca foi fácil. Mas sempre superei minhas perdas, minhas dores e essa será diferente, vou dar a volta por cima e provar que meu amor pelo Bill é capaz de superar tudo.


Peguei um táxi e com o dinheiro que economizei durante os anos, me hospedei em um hotel, tive a sorte de aceitarem animais. Quando cheguei no quarto, deixei a mala perto da cama, e Teddy foi se deitar no tapete, eu precisava de um banho e uma boa noite de sono, para amenizar por alguns instante a dor que estava sentindo. Tirei minha roupa, me enrolei numa toalha e andei vagarosamente, até o banheiro, liguei o chuveiro e me encostei na parede, fiquei olhando a água cair. Entrei de cabeça, água quente, muito quente, comecei a chorar novamente, chorei feito criança, a dor era forte. E aquelas palavras não saiam da minha cabeça, Bill não fazia ideia de como suas palavras me feriram de uma tal maneira, que não tinha nem forças para dizer alguma coisa, eu tive vontade de lhe dar um tapa, mas não seria a mesma coisa. Sai do banho, me vesti e deitei a cabeça no travesseiro, adormeci chorando, e o que me fazia chorar era a falta de força para esquecer o que havia entrado em meus ouvidos e chegado no coração. Logo de manhãzinha acordei, e novamente a seguinte frase assombrava-me “E quem me garante que esse filho é meu?’’.


Alguns dias depois, já estava tudo preparado para sair do país, e o Teddy ia comigo. Fui para o aeroporto, para mim não importava quanto tempo ficasse ali, não tinha outra opção mesmo. Me sentei no chão e olhando para o visor do celular, me lembrei de alguém que poderia me ajudar, ela já provou sua amizade uma vez e dessa vez não seria diferente. Consegui um voo para Los Angeles, e algumas horas depois já havia desembarcado e enquanto esperava pela minha mala e meu cachorro, peguei meu celular e disquei o número da minha salvação, alguns toques depois ela atendeu.


_ Alô, Fabi?

Fabi: Ana? Oh meu Deus quanto tempo, como você está?

_ Péssima, preciso da sua ajuda.

Fabi: O que aconteceu?

_ Te explico tudo depois, tem como você vir me buscar no aeroporto?

Fabi: Já está em L.A?

_ Sim!

Fabi: Tudo bem, já estou indo. - Encerrei a ligação.


Sorte a minha de ela não ter demorado muito, pois muita gente havia me reconhecido, depois do casamento ficou impossível não passar despercebida pela imprensa e fãs. Fabi estava feliz em me ver, me deu um forte abraço e também notou minha tristeza. Me ajudou com a mala, entramos no seu carro e fomos para o seu apartamento. Fabi foi transferida de agência, mudou-se de bairro e ainda morava sozinha, agradeci muito por isso. Assim que chegamos, me pediu para ficar a vontade, foi preparar algo para comermos e quis saber de tudo, só de ver minha cara, já deduziu que algo muito grave havia acontecido.


Nos sentamos no sofá e contei absolutamente tudo, sem esconder nenhum detalhe, como esperado ela ficou do meu lado e xingou demais o Tom, que pela segunda vez tinha acabado com um relacionamento meu. Eu deveria me arrepender de tê-lo conhecido, mas eu não consigo. Mas agora tudo é passado, vou ter de reconstruir minha vida do zero. Fabi me deixou ficar por quanto tempo precisasse, e que por ela, assumiria o meu bebê numa boa. Lhe dei um forte abraço e agradeci por toda a sua ajuda.


Dois meses se passaram, desde então, o que achava que não poderia ficar pior, ficou. As fotos e a gravação do meu suposto caso com o Tom, foi parar na imprensa. As editoras nas quais trabalhei me ligavam todos os dias e em horários inoportunos, até alguns jornalista do Japão queriam explicações. Aquilo estava me enlouquecendo, mas o que me fez querer me jogar de um prédio, foi uma entrevista que Bill deu a televisão, nunca pensei que faria isso, disse com todas as letras, o quão falsa eu sou, o quão idiota ele foi em acreditar que uma fã poderia amá-lo de verdade, sem outras intenções. Resumindo, agora o mundo acha que sou uma golpista.


Naquele dia Fabi teve que me levar para o hospital devido aos desmaios. Se não fosse por ela já teria entrado em depressão e feito alguma bobagem, só me alimentava por causa do bebê, pois ele não tem culpa nenhuma do que está acontecendo. Minha barriga já está ficando bem grande, Fabi estava trabalhando duas vezes mais para nos sustentar, já que ninguém iria me dar um emprego. Os desejos absurdos que tinha, deixava a Fabi doida e se desdobrava para realizá-los. Ela estava sendo "um ótimo pai". Sempre que era necessário ela me levava para a obstetra.


Depois da entrevista que Bill fez, as fãs se revoltaram, eu não podia mais sair de casa, por sorte ainda não haviam descoberto onde estava morando, e que Fabi era minha amiga. Ir para a obstetra era quase impossível, tinha que me disfarçar e felizmente a doutora é a mãe da Fabi, então podia ficar tranquila quanto a privacidade. Eu senti na pele o quanto as fãs estavam revoltadas, em um certo dia de distração, que estava andando pelas ruas de L.A, duas garotas me reconheceram, e mesmo de longe, vi seus olhares de puro ódio. Elas estavam do outro lado da rua e rapidamente atravessaram a mesma e vieram na minha direção, estavam com as mãos em forma de punhos e óbvio que não ficaria ali para conferir o que vinha a seguir. Fiz sinal para um táxi e voltei para o apartamento.


Esta semana fui ao médico e confirmadissimo a minha suspeita e da Fabi...Vou ter uma menininha, uma linda princesa, a Samira (nome que Fabi me ajudou a escolher) para alegrar mais os nossos dias. Uma criança para me chamar de MÃE. Eu e a Sam estamos super bem, ela está crescendo super saudável nos padrões desejáveis e estou muito feliz em ver a minha barriguinha aumentando a cada dia. Sei que não vai demorar muito pra começar a sentir ela se mexendo e fazendo calombinhos na minha barriga. Me lembro da Sophie se mexendo assim na barriga da Quim, acho que uma das melhores sensações da fase da gravidez. E Deus me abençoou pra que eu pudesse sentir essa emoção.


Mas, minha felicidade só estaria completa se Bill estivesse ao meu lado, já se passaram três meses e não tenho notícias dele, e do resto do pessoal, queria saber como eles estão, como o Drey está, sinto tanto a sua falta. Sinto falta de fazer meu filho dormir no meu peito, sentindo cada suspiro. Sinto falta de conforta-lo quando ele chorava. Daquele seu sorriso que me deixava boba. Eu nunca pensei que saudade pudesse doer tanto, Deus como dói. Acho que é porque eu nunca senti a falta de alguém assim. Eu sinto falta de tudo, e das mínimas coisas, sinto falta das nossas conversas idiotas e dos planos que fazíamos juntos, sinto falta dele dizendo que eu não podia fazer tal coisa, ou ir a tal lugar com tais pessoas, sinto falta de contar meu dia, detalhe por detalhe e falta de ouvi-lo contar o seu também. Eu nunca pensei que precisasse dele nós menores momentos e descobri que sim. Mas as palavras duras do Bill ainda ecoam na minha cabeça: "Se não fosse por mim, você nunca teria conseguido adotá-lo." Por que a dor de uma "traição" deixam as pessoas tão frias? Acho que a verdade, é que a frustração toma conta e não lhe deixa ser racional.

E essa saudade que me tortura, não aguento mais ficar nessa angustia de pensar em Bill, sendo que não posso vê-lo, tocá-lo, não posso tê-lo somente para mim. Tento evitá-lo em meus pensamentos, em certos momentos até consigo controlar, mas quando a noite cai, trás consigo os sonhos, na maioria das vezes Bill está neles, porem em muitos se transformam em pesadelos. Quantas noite não acordei aos gritos e Fabi vinha me acalmar. Eu queria que tudo fosse apenas um pesadelo, e que quando acordasse, Bill estivesse ao meu lado afagando meus cabelos, dizendo que tudo ficaria bem e que nenhum mal ia acontecer, ou que nada pudesse nos separar.


X.X


Estava no meu quarto assistindo televisão, vendo MTV e nem sei por que tive a burrice de fazer isso, quando de repente começa a passar o clipe Automatic, por que eu sentia que agora aquela música era uma indireta para mim? Comecei a chorar, aquilo era doloroso demais, ver aquele rosto depois de tanto tempo me machucava. Fabi fez questão de esconder qualquer revista ou fotos do Bill, não me deixava acessar a Internet e só assistia TV na presença dela. Mas nesse dia, ela estava demorado demais para chegar do trabalho, estava cansada de ficar apenas deitada, sem fazer nada. Já tinha tomado o meu banho e só faltava terminar de vestir as calças para ir preparar o jantar. Mas ouvir a voz do Bill, me fez perder as forças, eu me encostei em uma parede e escorreguei até o chão, abraçando as minhas pernas e chorando. Eu ouvi a porta sendo aberta rapidamente, e senti as mãos de Fabi tocando meus cabelos.


_ Achei que, não sei, eu tinha esperanças, mesmo que pequenas, de voltar com o Bill, mas já se passaram meses e se as coisas não melhoraram, é porque não vão melhorar. Não adianta ficar pensando numa pessoa que não quer mais nada com você.

Fabi: É uma realidade dolorosa.

_ Por mais que eu ame o Bill, será melhor pra mim se eu esquecê-lo.

Fabi: Conseguirá esquecer?

_ Não!


X.X


Fabi me aconselhou a voltar para o Brasil depois que Sam nascer e procurar pelas filmagens originais do dia em que Tom eu eu conversamos. Não tenho a data especifica do dia que estávamos lá, mas posso verificar nos meus arquivos de computador, tenho muitas fotos dos dias em que estivemos no Rio. Só espero que a segurança do hotel colabore comigo, e se eu conseguir provar a minha "inocência" eu vou esfregar na cara do Bill o quanto injusto ele foi comigo, e de todos que neste momento estão me criticando.


Pov Bill


Já fazem alguns meses que estou morando em um apartamento no centro de Berlim, completamente sozinho. São rara as vezes que saio do meu quarto ou converso com alguém, meu amigos e nem meus pais sabem onde estou morando, preferi dar um tempo de tudo e todos. A banda está parada, não componho, na verdade não faço mais nada na minha vida. Não tenho mais cabeça para continuar com a banda, afinal, o causador de todo esse sofrimento pertence a ela, nesses meses não tive notícias do Tom, mas é melhor assim, quanto mais afastados tivermos, melhor será para nós dois. Não tive coragem de mexer com a separação e muito menos com a guarda do Drey.


Desde que a Ana foi embora, foi como se meu coração tivesse sido despedaçado em milhares de pedaços, e ele sangrava mais ainda toda vez que eu olhava para a minha tatuagem ‘A’ no meu pulso. Quando descobri toda a verdade sobre a traição, me senti acabado, destruído, infeliz, desamparado, sozinho... Acreditei que seria para sempre aquela pessoa chorosa, melancólica e a um passo de me tornar "depressiva"... Eu realmente tinha que sair daquele quarto, daquela casa, onde cada centímetro me fazia lembrar dela. Tinha que sair, nem que fosse por alguns momentos. Tentar me distrair, respirar outros ares.


É difícil conviver com a ausência dela. Muito difícil mesmo. Mas coloquei na cabeça que eu não poderia fazer dessa dificuldade, uma coisa impossível de ser alcançada. Estou tentando superar, ou seja, eu ainda não superei completamente. No entanto, durante esses meses, não deixei de tentar um só dia. O Drey não fala mais comigo, parece que sente ódio de mim, por não ter o deixado ir com a mãe, talvez teria sido melhor, ele não estaria sofrendo tanto. Ele sempre foi mais apegado com a Ana, e depois do que aconteceu, é óbvio que ficaria do lado dela, e me rejeitaria. Ele está morando com a minha mãe, as vezes ligo para saber como ele está, mas não tenho coragem de ir até lá e vê-lo.


Quando me casei com ela, eu estava realizando o meu sonho, e eu acho que o de Ana também, só de lembrar dos olhos dela brilhando quando eu lhe pedi em casamento me faziam rir a toa, ela me fazia rir a toa, eu tinha finalmente encontrado a minha outra metade, coisa que eu pensei que fosse sinceramente impossível de acontecer, eu estava completamente feliz, tinha a mulher dos meus sonhos, a banda estava bombando o que mais eu poderia querer? Simples, que a minha amada estivesse feliz por inteiro.


Eu fiquei com tanta raiva, tanto ódio do que aconteceu, que não pensei nas consequências. Me arrependi muito de ter dado aquela entrevista dizendo que a Ana é uma golpista. Eu não sei como ela está, se está morando em baixo de um teto, se tem comido direito. Depois do que disse as fãs devem persegui-la, tenho medo do que pode acontecer. Odeio toda essa minha preocupação com ela, mas não posso culpar a criança que está carregando, queria saber se pelo menos ela ainda está no país ou voltou para o Brasil; queria que essa criança fosse minha, mas nesse momento não sei no que acreditar e no que duvidar, é muita coisa para a minha cabeça e coração aceitar.


Eu queria reviver o passado para tê-la em meus braços novamente. Queria ouvi-la pelo menos mais uma vez dizer que me ama. Foi ela quem me ensinou amar. Eu queria tanto esquecer o que ela me fez, e poder voltar atrás e perdoá-la. Mas agora já é tarde, ela não precisa mais do meu amor. O que eu faço com essa solidão? Não consigo aceitar o nosso fim. Pensei que o nosso amor era pra sempre. Mas tudo acabou e eu senti meu coração partindo. Ainda sinto algo diferente quando a vejo em meus sonhos. Ainda a amo como nunca amei alguém. Não posso mais me enganar sei que ela continua no meu coração. E não quero mais viver sozinho sem ela. Uma vez me disseram: "Se alguém te faz sofrer, pra que lembrar? E se tudo é dor, então esqueça de tudo." Então o que eu devo fazer, se quanto mais eu tento esquecê-la, mais eu a amo? Mas eu sou muito orgulhoso e até que ela venha eu não irei. Então ficaremos assim por um bom tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário