Tudo começou quando estava sentada em uma poltrona do avião indo para Berlim, coloquei os fones no ouvido e dormi praticamente o voo inteiro, e quando acordei já estava em solo alemão, o avião pousou e todos os passageiros desceram, dentro do aeroporto esperei pelas minhas malas que demoraram uns quinze minutos até que pudesse tê-las em mãos. Como estava com um pouco de fome fui até uma lanchonete e me sentei no balcão, um rapaz loiro e de olhos verdes veio me atender, pedi um suco de laranja e uma fatia de cuca de chocolate, quando terminei de comer e já ia pagar o rapaz, senti dois braços quentes entrelaçarem meu pescoço, estremeci com o toque e ao mesmo tempo pensei que estava sendo assediada por alguém desconhecido, olhei as mãos e eram femininas, unhas compridas e pintadas de preto. Fiquei imóvel por alguns segundos até sentir a pessoa afastar os cabelos do meu pescoço e começar a passar o nariz levemente por ele, confesso que aquilo me arrepiou, mas a questão era quem estava fazendo aquilo? Por impulso me virei no banquinho e dei de cara com uma garota um pouco menor que eu, cabelos pretos, olhos claros, pele branca, boca carnuda, vermelha e para complementar o quão sexy era ela, um piercing no meio do lábio inferior. Conhecia muito bem aquela garota: Hillarie.
_ O que pensa que está fazendo sua maluca? - Disse em um tom bravo, mas logo abri um sorriso.
Hill: Conhecendo melhor, a minha amiga. - Seu tom me soou um pouco safado.
_ Como soube que estava aqui se não te falei nada?
Hill: Te reconheceria em qualquer lugar. - Mordeu o lábio inferior - Acabei de chegar de Paris com meus primos e a vi sentada, e sabia exatamente quem era.
Só sei que quando me levantei ela foi se aproximando colocou seu braços envolta do meu pescoço deu um impulso e enroscou suas pernas na minha cintura, levei minhas mãos até as suas coxas e a segurei, seus lábios entreabertos encostaram-se nos meus iniciando um longo e lento beijo, passou sua língua pelos meus lábios pedindo passagem para aprofundar o beijo e sem demora permiti a passagem. Seus lábios eram doces e ágeis, o beijo estava se tornando cada vez mais quente, comecei a apertar suas coxas e ela ofegou entre o beijo, tudo estaria ótimo se não fosse o rapaz da lanchonete pigarrear atrás de nós, fazendo com que percebêssemos que estávamos em um lugar público. Separei nossos lábios e a coloquei no chão.
_ Não deveriamos ter feito isso. - Disse um pouco envergonhada.
Hill: Relaxa, eu sei que você gostou. - Deu uma piscadela pra mim.
Olhei para o rapaz ainda envergonhada e paguei pela refeição, Hill me puxou pelo braço e saímos correndo pelo aeroporto, o local não estava tão cheio assim, mas os que estavam lá nos olhavam com reprovação pelo que tinhámos feito. De repente ela parou atrás de dois rapazes suponho, e eu tinha absoluta certeza que já tinha visto aquela touca cinza em algum lugar. Hill se virou pra mim, pegou em minhas mãos e disse:
Hill: Me desculpe por não ter te contado antes, mas agora depois de tanto tempo, posso confiar em você.- Ela tocou nos ombros dos rapazes e eles se viraram- Os Kaulitz são meus primos.
Confesso que foi um choque tremendo pra mim, e minha vontade era de chorar de emoção, gritar e pular no pescoço desses dois, mas jurei a mim mesma que quando encontrasse eles, tentaria manter a calma. Pois bem o que aconteceu foi que minhas mãos começaram a suar e da minha boca entre aberta não saía uma palavra, meus olhos logo se encontraram com os do Bill, ele sorriu e quase perdi o ar naquele momento. Segundos depois quando havia me acostumado com a presença deles, dirigi meu olhar para o Tom, este me olhava com aquela cara safada, mexendo no piercing, "por que ele faz isso hein?"
_ É um prazer conhecê-los.- Estendi minha mão para o Bill e ele me puxou para um abraço, achei estranho, mas gostei, ele é cheiroso. Tom fez o mesmo comigo e quase tremi na base.
Hill: Então, como veio parar aqui?
_ Simples, eu dormi e quando acordei já estava aqui.- Dei os ombros - Na verdade vim conhecer a maravilhosa Alemanha que tu não para de me invejar. Acho que mereço umas férias depois de três anos e meio atrás de uma minúscula mesa de faculdade e de uma câmera fotográfica.
Hill: E já tem onde ficar?
_ Na verdade eu ia ficar em um hotelzinho por ai.- Dei um sorriso fraco.
Hill: Hotelzinho é o escambau, você vai ficar na nossa casa.- Começou a dar pulinhos na minha frente.- Diz que aceita vai?
_ Eu não quero incomodar e ...
Bill: Não será incomodo algum. - Me interrompeu, olhei pra ele e sorri.
_ Tudo bem.
Hill me pegou pelo braço e saímos correndo novamente pelo aeroporto, deixando nossas malas, olhei para trás e vi os meninos com uma dificuldade imensa em carregá-las, chegamos até uma Van e entramos esperando os meninos. Quando eles chegaram ofegantes com as malas, colocaram no carro e seguimos para a casa dos Kaulitz. Durante todo o trajeto fiquei encantada com a beleza da cidade, a Hill tinha razão em ficar se gabando por morar aqui, é o cenário mais lindo que já vi. Quando chegamos a casa, fomos recepcionados por Dona Simone que abraçou os filhos e a Hill, quando me viu, ficou me encarando indecisa sobre o que fazer, mas me abraçou também.
Hill: Tia Si, essa é minha amiga do Brasil, ela vai passar um tempo aqui com a gente.
Simone: Seja bem vinda querida. Se soubesse da sua visita teria arrumado o quarto de hóspedes.
Hill: Não esquenta tia, ela dorme no meu quarto, a cama é de casal mesmo.
Sem-nenhum aviso fui puxada para dentro de casa, nem deu tempo de olhar o lugar, só comecei a subir as escadas correndo e entrei em um
quarto branco e vermelho. Hill me fez sentar na cama e tirou suas roupas na minha frente e procurou por outras peças em seu enorme closet, colocou uma
regata e um short jeans minúsculo. Me deitei na cama fazendo com que minha camiseta se levantasse e mostrasse minha tatuagem perto da virilha, fechei os olhos e senti um arrepio quando os dedos da Hill contornava a minha guitarra tatuada.
Hill: Acho que o Bill gostou de você.
_ Tu acha mesmo?
Hill: É claro, não viu como ele se apressou em dizer que não seria incomodo você ficar aqui?
_ Acho que ele só está sendo gentil.
Hill: Tudo bem, se você não quer acreditar, mas vamos descer que estou morrendo de fome.
_ Mas eu queria trocar de roupa primeiro, e minhas malas não estão aqui.
Nesse momento a porta do quarto é aberta e Tom aparece com as minhas malas, agradeço e ele sai do quarto, abro a mala e pego algumas peças de roupas e me troco.
Saímos do quarto e descemos as escadas até uma enorme
sala de jantar, me sentei ao lado da Hill, Bill e Tom ficaram a nossa frente, Simone e Gordon sentaram-se nas extremidades. O almoço foi servido, Tom e Bill enchiam seus copos de coca cola, e Hill passou a fazer o mesmo depois, quando começamos a comer, começaram também as perguntas, Gordon foi o primeiro.
Gordon: Por favor se apresente.
_ Me chamo Ana Lucia, tenho 21 anos, brasileira, formada em jornalismo, trabalho como fotógrafa e sou escritora.
Simone: Escreve sobre o que querida?
Hill: Contos eróticos tia.
Eu segurei o riso quando Tom e Gordon se engasgaram com a comida ao mesmo tempo, Bill tentava ajudar o irmão dando tapas nas costas, e Simone fazia o mesmo com o marido. Quando todos já estavam mais calmos a casa ficou um silêncio absurdo, só se ouvia os talheres batendo de leve nos pratos, até que Bill deu seu ultimo gole na Coca-Cola e soltou um enorme arroto, ai eu não aguentei e comecei a rir acompanhada pela Hill, Simone olhou o filho com reprovação.
Simone: Bill, olha a educação, estamos com visita.
Bill: Desculpa mãe, mas você sabe os efeitos que Coca-Cola causa em mim.
_ Não se preocupe Dona Simone, esse foi o arroto mais lindo que já ouvi.
Todos me olharam estranho, mas depois começaram a rir e Bill ficou sem graça.