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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Fanfic - Amor, Sexo e Fotografia - Capítulo 45 - In Your Shadow (I Can Shine)


Pov Bill

Amanhã vai completar um mês que ela está no hospital, e continuo olhando para o seu rosto, gritando “fale comigo” na minha cabeça, como se ela pudesse me ouvir. Eu não perdia a esperança de vê-la acordada, mas estava sendo cansativo, eu fiz de tudo para que ela acordasse, para que demonstrasse alguma reação, mas nada acontecia, o que eu ainda não tinha conseguido fazer era cantar, a ultima vez que cantei para ela faz tanto tempo e não me sinto preparado para isso.

Todas a noites eu me sentava naquela poltrona ao lado da cama e lia algumas páginas de um livro de que ela gostava, na esperança de vê-la se emocionando, mas nada, relembrava nossas viagens, dos nossos trabalhos e até mesmo de quando nos conhecemos, tudo em vão, até que me lembrei de uma vez de quando estávamos deitados em nossa cama e me olhou com uma carinha pidona, não entendi de início o que ela queria, então revelou que um dos sonhos dela era ter um urso panda, mas eu já tinha dado um urso para ela de Natal, ela revirou os olhos e disse que queria um de verdade, mas que era impossível ter um em casa.

Mas ai ela pensou um pouco e deu aquele sorriso lindo, dizendo que tinha um cachorro que era muito parecido com um panda, mas não lembrava a raça, então foi procurar na internet, e disse que era um Chow Chow panda que ela iria comprar, mas só quando tivesse um lugar próprio para morar. Insisti para que ela comprasse e deixasse aqui em casa mesmo, ia ser uma ótima companhia para o Scotty, mas ai veio com aquele discurso que não queria atrapalhar pois não íamos ficar muito em casa por causa do trabalho e deixar o cachorro as custas dos meus pais era se aproveitar demais.

Pedi para que Tom ficasse no quarto com a Ana pois precisava dar uma volta, ele concordou e fui para casa, precisava tomar um banho e dar uma arrumada no visual já que eu não iria sair de casa naquele estado, minha cara estava horrível, até uma pequena espinha apareceu. Depois de me arrumar, entrei no carro e fui até um petshop da cidade pedir informações para saber onde eu conseguiria um cachorro daqueles, já que ele é chinês.

A dona do local ligou para um canil e encontraram um que foi abandonado há pouco tempo, tem por volta de uns seis meses. Peguei o endereço do canil e segui para lá, quando entrei no local, uma mulher de meia-idade me levou para um corredor aonde havia várias gaiolas onde cães de pequeno porte ficavam. Na mesma hora me lembrei de quando adotei os meus cães, eles estavam doentes, e mal tratados, agora estão lindos. Fui levado até a gaiola do chow chow, ele não estava tão machucado, mas precisava de alguns cuidados, é uma cadela e tem um olhar tão pidão que não resisti e decidi adotá-la.

Assinei toda a papelada para a adoção e a levei ao veterinário, pedi para que fizerem todos os exames, banho e tosa no animal. Comprei coleiras, rações, cama, enfim tudo o que a cadela vai precisar. Alguma horas depois já estava com a cadela limpa e tratada, deitada no banco do passageiro dentro do carro, seguindo para o hospital. Chegado lá com a cachorra na coleira, encontrei o Tom no corredor e assim que me viu, veio correndo ao meu encontro com uma cara de preocupação.


Tom: Onde você estava? Fiquei preocupado. - Olhou para baixo e arregalou os olhos. - Que cachorro é esse?

_ Acabei de adotar, é um presente para a Ana.

Tom: Ele é fofo.

_ Ela, é uma fêmea.

Tom: Hum, já estou vendo o Scotty correndo atrás dela, no cio

_ Para com isso Tom, ele não é que nem você. 

Tom: O Scotty é mais meu cachorro do que seu, portanto ele puxou o papai aqui. - Tá se gabando né garoto?

_ Esquece isso por enquanto, agora vou entrar lá e... - Soltei o ar pesadamente - e ver se consigo uma reação dela.

Tom: Boa sorte maninho

Segurou meus ombros e em seguida me deu uma abraço forte e confortante, é notável o quanto ele está sofrendo também, afinal esses dois viviam grudados, pareciam até irmãos, brincavam, brigavam e sorriam juntos. Nossos dias não têm sido nada fáceis, todos estamos angustiados esperando por alguma reação positiva da Ana, mas até agora ela não deu o mínimo sinal de vai acordar. Entrei no quarto com a cachorra nos braços, me sentei na poltrona em frente à cama e comecei a acariciar o pelo dela. Peguei uma das mãos da Ana e coloquei sobre a cabeça da cachorra.

_ Lembra quando me disse que queria um urso panda, mas não podia ter um? - Eu tinha esperança de que ela concordasse. - Então comprei um presente para você, uma cachorra muito fofinha, aquele chow chow que você ficava namorando. Ela está te esperando para poder brincar, ela é tão fofa, você vai amar.
De repente ouço a porta se abrir de forma violenta, e o Tom entra no quarto todo ofegante e com uma cara desesperada.


_ O que aconteceu?

Tom: A imprensa...- Respirou fundo. - Está lá fora, descobriram tudo.

_ Mas como?

Tom: Eu não sei.

_ Eu falei para tomarem cuidado, será que ninguém me esculta?

Tom: Calma Bill. Todos tomamos cuidado, mas você sabe como esses urubus são.

_ Mais essa agora... - Apoiei minha cabeça sobre a cama. - Tomem uma providência por favor.

Tom: Não se preocupe, o prédio está cercado por centenas de seguranças. - Me deu um beijo no topo da cabeça. - Vou deixar vocês sozinhos.

Tom saiu do quarto nos deixando sozinho, continuei com a cabeça baixa, com tantos problemas acontecendo e ainda me aparece a imprensa para infernizar mais as nossas vidas, às vezes cansa demais. Soltei a cachorra em cima da cama e ela foi direto lamber o rosto da Ana, ela gostou da nova dona, mas isso é óbvio quem é que não gosta da Ana?

[N/A Tem muita gente que não gosta de mim. u.ú]

A tarde passou bem rápido e logo o sol estaria se pondo e mais uma noite dolorosa se aproximava, durante a noite as coisas ficam mais difíceis, eu não consigo dormir esperando que ela acorde e eu possa presenciar isso. 


A cachorra já estava deitada ao pé da cama e logo já estaria dormindo profundamente, me ajeitei na poltrona e fiquei olhando o rosto da Ana sem expressão nenhuma, aquilo era completamente angustiante. Mais algumas horas foram se passando e dessa vez o sono pesou, e dormi durante um bom tempo, tive um sonho bonito, ela havia acordado e acariciava o meu rosto, me senti super feliz, de repente acordei com alguém tocando o meu rosto e logo abri os olhos com a esperança de ser a Ana, mas não era ela, era apenas a cachorra que lambia o meu rosto, dei um sorriso fraco e acariciei seu pêlo fazendo-a dormir novamente. 


O dia amanheceu e os primeiro raios solares invadiram aquela sala completamente branca, abri meus olhos me acostumando com a claridade e levei um suto ao ver que o braço da Ana não estava mais sobre o colchão e sim sobre a sua barriga, era um sinal que ela estava reagindo, senti meus olhos lacrimejarem e beijei seu rosto, mas mesmo assim ela não se mexeu. Sai do quarto e cada um que encontrava nos corredores fui avisando que ela tinha se mexido durante a noite. O doutor Harry disse que isso era muito bom, e que eu tinha que continuar estimulando as emoções que logo ela estaria reagindo mais rápido e poderia acordar a qualquer momento.


Quando voltei para o quarto, vi a cachorra sentada sobre a barriga da Ana olhando atentamente para o seu rosto, aquilo era bem estranho pois a cachorra não se mexia, apenas olhava fixamente para Ana. Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, olhei no espelho e decidi que estava na hora de fazer o que eu ainda não tinha feito: Cantar.

Tem uma música que relata nossa vida, pois só ao lado dela consigo ser melhor, ela é a luz que me guia, que me faz viver, e em sua sombra em posso brilhar. Sai do banheiro e vi que a cachorra agora estava sentada olhando pela janela, dizem que os animais pressentem as coisas boas e ruins quando vão acontecer e isso estava me dando um certo medo. Me sentei na poltrona e respirando fundo várias vezes, segurei em sua mão e comecei a cantar os primeiros versos.


          I hate my life
[Eu odeio minha vida]
I can't
[Eu não posso]
Sit still for one more single day
[Ficar sentado por um único dia]
I've been here waiting for
[Eu fiquei aqui esperando por]
Something to live and die for
[Algo pelo qual viver e morrer.]
Let's run and hide
[Vamos correr e nos esconder]
Out of touch, out of time
[Fora do cantato, fora do tempo]
Just get lost without a sign
[Apenas me perco sem um sinal.]
As long as you stand by my side,
[Enquanto você estiver a meu lado,]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
Shine
[Brilhar.]

A primeira parte da música já tinha ido, estava me controlando para não começar a chorar, tive que parar por um tempo e me acalmar. Limpei as lágrimas que insistiam em cair pelo meu rosto e olhei para o da Ana, juro que fiquei sem reação ao ver o seu rosto molhado, havia uma lágrima trilhando pelo seu rosto, ela estava voltando, aquilo havia me dado forças para continuar a canção. Respirei fundo novamente e ainda trêmulos os versos saíam em sussurros.

          You see my soul,
[Você vê minha alma,]
I'm a nightmare,
[Eu sou um pesadelo,]
Out of control,Iim crashing
[Fora de controle, estou colidindo]
Into the dark,
[Na escuridão,]
Back to the blue,
[Voltando para o azul]
Into the world of our cocoon
[No mundo do nosso casulo]
You're the sun and I'm the moon,
[Você é o Sol e eu sou a sua Lua,]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
Shine
[Brilhar.]
Don't let go, oh oh oh no
[Não vá, oh oh oh não]


Ana: Eu te amo! - Ela disse de repente, apertando minha mão com força. Senti meu coração parar por segundos e o ar me faltava - Continue cantando. - Sussurrou ainda com os olhos fechados, suas lágrimas escorriam pelo seu rosto delicado. - Por favor!

Meu coração se apertou e senti um nó se formar em minha garganta, não consegui falar nada então só...

Don't you know
[Você não sabe?]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
Shine, shine, shine
[Brilhar, brilhar, brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]
Shine, shine, shine
[Brilhar, brilhar, brilhar]
In your shadow I can shine
[Na sua sombra eu posso brilhar]

_ Eu senti tanto a sua falta, não sabe como eu sofri durante todo esse mês. Eu passava o dia todo esperando que talvez você acordasse e nós pudéssemos ficar juntos novamente.

Ela abriu os olhos devagar se acostumando com a claridade, nossos olhares se encontraram e sorrimos, se sentou com cuidado na cama e esticou os braços para me dar um abraço. Me sentei ao seu lado passando meus braços pela sua cintura, tocando seu corpo novamente, suas mãos seguravam minha nuca com força. Lá estava eu com a pessoa mais especial da minha vida, para quem eu daria a alma se preciso e possível fosse. Queria ela de todas as formas possíveis, não seria pedir muito certo, eu não podia deixar de observar seu rosto, quando ela me olhava seus olhos brilhavam assim como os meus, tenho certeza disso, sua mente se esvaziava, assim como a minha, suas mãos tremiam, sua respiração mudava, eu pude perceber muito disso, porque eu respiro de acordo como ela respira. Assim que nos desvencilhamos disse:

_ Se eu pudesse ter apenas um desejo, eu desejaria acordar todo dia ao som da sua respiração no meu pescoço, ao calor dos seus lábios na minha bochecha, ao toque dos seus dedos na minha pele e à sensação do seu coração batendo com o meu. Sabendo que eu nunca poderia encontrar esse sentimento com ninguém além de você.

Ana: O que você e eu temos...é a coisa mais real e sincera da minha vida. - Sorri - Quando nos conhecemos, eu não tinha idéia de que você seria tão importante para mim. Eu só quero estar com você.

Aproximei minhas mãos do seu rosto o acariciando com os polegares, ela aproximou seu rosto e mordeu meus lábios, a mesma corrente elétrica passou por mim de quando nos conhece-mos mas essa estava mais forte ainda.

Instantaneamente sua boca suave, quente tocou meus lábios com um doce e puro beijo. Um calor incomum contra meus lábios, - que foi causado pela temperatura mais elevada do seu corpo, me pegou de surpresa. Eu nunca experimentei nada parecido.

Os beijos começaram leves antes de ela virar a cabeça para o lado para aprofundar o beijo. Ela passou seus braços em volta do meu pescoço enquanto eu descansava as minhas mãos sobre sua cintura. Meus sentidos estavam se sobrecarregando com Ana. A sensação dos seus lábios, sua pele quente contra a minha, o seu gosto quente - era embriagante.

Nós imediatamente fomos interrompidos quando o som da porta se abrindo invadiu o quarto. Eu observava o rosto da Ana, enquanto ela olhava para Tom que se dava conta de quem tinha interrompido o nosso momento. Ele estava olhando para mim, mas seus olhos estavam em outro lugar.

Tom: Meu Deus, você acordou? - Tom abriu um sorriso largo e pude ver seus olhos marejados. Ele veio até a cama e lhe deu um abraço apertado, mas que não foi totalmente retribuído - Você está bem?

Ana: Estou, mas quero saber o que aconteceu, a quanto tempo estou aqui?

_ A um mês.

Ana: Nossa, isso é muito tempo.

Tom: Você nos deixou muito preocupados.

Ana: Ainda não me responderam o que aconteceu. - Ela parecia impaciente. - Não me lembro de muita coisa, apenas de estar no nosso quarto e... - Ela olha para o Tom que abaixa a cabeça -... E nada mais.

Bill: O doutor nos disse que encontrou bebida alcoólica no seu sangue, e a sua situação ficou grave por ter demasiado e caído da escada.

Ana: Mas Bill, você sabe que eu não bebo, como eu poderia ter ficado desse jeito? - Ela falava comigo, mas olhava para o Tom, aquilo estava estranho.

_ Tem certeza que não bebeu nada, ou comeu alguma coisa que tenha álcool?

Ana: Eu não seria louca de acabar com a minha própria vida.

Tom: E...e...eu...vou avisar o pessoal - Tom saiu correndo porta a fora nos deixando sozinho novamente.

_ Ele está estranho.

Ana: Só deve estar surpreso em me ver.

_ Estou tão feliz de te ver acordada. - Abaixei a cabeça. - Eu temi o pior.

Ana: Shiuu vem cá. - Puxou-me para um abraço. - Eu estou bem, e sempre vou estar ao seu lado ok. Não fica assim. - Selou meus lábios. - Ich Liebe Dich!

_ Ich liebe dich auch. - E tocamos nossos lábios novamente. Um beijo delicado e apaixonadamente.

Mas fomos interrompidos novamente, a cachorra pulou na cama nos assustando, ela foi direto para o rosto da Ana lambendo-a, eu apenas sorri ao ver o jeito desajeitado que ela tentava se esquivar da cachorra e os vários fios e agulhas que estavam ligados a ela, a impedia de ser movimentar direito.

Ana: Como conseguiu? - Perguntou enquanto fazia a cachorra se deitar em sua barriga. - Que coisinha mais fofa.


_ Fui a um canil ontem e adotei ela?


Ana: Então a senhorita é fêmea? - A pegou no colo - Vou te chamar de Sally.

Lembrando: É um Chow Chow pintado de panda. Para a "brincadeira", o cão teve de passar 10 horas de salão de beleza. Ele foi pintado assim para ser vendido em um mercado de animais em Shenyang, na China.

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